Número de inadimplentes aumenta 5,09% em agosto

O número de consumidores brasileiros com dívidas em atraso subiu 5,09% em relação ao mesmo período do ano passado. É o que apontou o indicador mensal de inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O resultado foi superior ao observado em agosto de 2013 que, na comparação com agosto de 2012, havia crescido em ritmo menor: de 2,69%. Já em relação a julho deste ano, a alta da inadimplência em agosto foi de 0,28%.
Levando em consideração todos os CPFs registrados como inadimplentes nos bancos de dados aos quais o SPC Brasil tem acesso, os estatísticos estimam que ao final de agosto de 2014 havia pelo menos 55 milhões de CPFs de consumidores com dívidas atrasadas no Brasil.
Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, os indicadores de agosto reforçam a tendência de crescimento da inadimplência até o fim do ano por conta de um contexto macroeconômico menos favorável, marcado pela alta inflação , pelo encarecimento do crédito  e pela consequente deterioração da confiança de empresários e de consumidores.
"Os indicadores do SPC Brasil mostram claramente este cenário de enfraquecimento econômico, que contribui para puxar o crescimento da inadimplência. Em agosto, o indicador de vendas no varejo avançou 0,78% em relação ao ano passado, o que significou o primeiro mês de alta após cinco quedas consecutivas. Mesmo com essa melhora, o crescimento das vendas nos oito primeiros meses de 2014 está 1% abaixo em relação ao mesmo período do ano passado", explica Pellizzaro Junior.
ABERTURA POR FAIXA ETÁRIA – As aberturas do indicador mostraram crescimentos em seis das sete faixas etárias analisadas, com exceção dos devedores entre 18 e 24 anos, que registraram queda anual de 5,94% no período. "A razão da queda da inadimplência entre os jovens é o adiamento da entrada no mercado de trabalho e o aumento do tempo de estudo deles, o que faz com que o consumo de itens mais caros como carro e imóveis também fique atrasado", explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Os devedores mais velhos, de 65 a 84 anos e de 85 a 94, registraram altas significativas de 8,31% e de 12,12%, respectivamente, as maiores variações entre os sete segmentos de idade.
Dívidas em atraso
Em agosto deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, a quantidade de parcelamentos em atraso acelerou, passando de 5,29% em julho para 6,13% em agosto, a maior alta registrada desde 2013. Já na comparação mensal,o indicador registrou um crescimento de 0,35% na passagem de julho para agosto deste ano.
A partir do detalhamento das dívidas por tempo de atraso, segundo os economistas do SPC, nota-se uma aceleração do crescimento dos compromissos vencidos entre 181 e 360 dias nesta base de comparação (que avançaram 5,18% em agosto após alta de 4,08% em julho). Já as dívidas atrasadas há 180 dias ou menos voltaram a recuar na base mensal de comparação, o que, segundo o SPC Brasil, pode ser um indicativo de deterioração da capacidade de pagamento dos consumidores.
"Os negativados em meses anteriores continuaram sem conseguir quitar suas dívidas em agosto, passando a integrar o grupo dos inadimplentes com títulos atrasados por períodos mais longos", explica Kawauti.