Especialistas estrangeiros participarão da investigação da queda de avião

BRASÍLIA – Especialistas dos Estados Unidos e do Canadá foram enviados ao Brasil para participar da investigação da queda do jato Citation em Santos, que matou o presidenciável Eduardo Campos e mais seis pessoas na última quarta-feira (13).
O grupo é formado por técnicos do National Transportation Safety Board (NTSB), principal autoridade norte-americana de investigação de acidentes, da Transportation Safety Board (TSB), órgão similar do Canadá, da Cessna Aircraft Company, fabricante do avião, da Pratt & Whitney, fabricante do motor, além da Federal Aviation Administration (FAA), agência de aviação civil americana.
Segundo a Aeronáutica, a participação dos especialistas na investigação é normal e segue a convenção de Chicago, da Organização de Aviação Civil Internacional.
FUNERAL – A Aeronáutica informou ainda que cedeu três aviões para o traslado dos restos mortais até as cidades onde serão realizados os funerais de Campos, dos quatro integrantes de sua equipe de campanha, além dos dois pilotos.
A Força Aérea Brasileira informou que as aeronaves são: um C130 Hercules que irá para Pernambuco, um C105 CASA que seguirá para Aracaju e um Brasília que vai para Governador Valadares.
Assim que os corpos forem liberados pelo IML de São Paulo, os aviões seguirão para as cidades decolando do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
ACIDENTE – O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.
Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.
Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.
PRAZO/MARINA – Dissidente do PMDB nacional, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) cobrou do PSB que Marina Silva seja anunciada já na terça-feira (19), no programa eleitoral, como candidata à Presidência no lugar de Eduardo Campos (PSB-PE), morto em um acidente aéreo na última quarta-feira (13).
"O caso de Marina não dá para esperar. O prazo de Marina não é de dez dias. O prazo de Marina é terça-feira, dia 19. Ela já tem que aparecer como candidata. Era uma pessoa de absoluta confiança de Eduardo", afirmou Vasconcelos após visitar a viúva de Campos na manhã deste sábado.
Para o senador, o partido precisa vencer a "corrida de obstáculos" inicial e também já anunciar o candidato a vice.
"Política tem lógica. A lógica é ascender Marina para se resolver isso", afirmou. "O meu prazo é terça-feira, o prazo da racionalidade. Marina é fato consumado", afirmou.
CANDIDATA – O PSB superou as divergências internas e selou acordo para lançar Marina Silva à Presidência da República no lugar de Eduardo Campos.
Ela concordou com a inversão da chapa e deverá ser anunciada oficialmente na próxima quarta-feira (20). O novo presidente da sigla, Roberto Amaral, prometeu a Marina que ela não precisará permanecer no partido caso seja eleita.
O PSB agora discutirá a indicação do novo vice na chapa presidencial. O deputado gaúcho Beto Albuquerque, hoje candidato ao Senado, é o mais cotado para a vaga.
Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.