Santas Casas não sobrevivem sem o apoio da sociedade, diz Renato Guimarães

Desde que a Santa Casa de São Paulo fechou seu pronto socorro por 30 horas devido à falta de materiais e medicamentos, esses hospitais filantrópicos, que vendem serviços ao SUS, viraram notícia nacional e escancarou a crise vivida por eles.
“Vivemos uma crise generalizada. Nenhum hospital filantrópico sobrevive sem a ajuda complementar do Governo do Estado e da sociedade. Hoje há um subfinanciamento dos atendimentos do SUS. Existe um estudo que mostra que para cada 100 reais de custo que uma santa casa tem com um paciente do SUS, recebemos apenas 65 reais”, explica o presidente da Santa Casa de Paranavaí, Renato Augusto Platz Guimarães.
Ele lembra que desde que assumiu a presidência do hospital vem gerenciando um déficit crônico. “Conseguimos recuperar o crédito e a credibilidade da Santa Casa de Paranavaí. Mas se não fosse o apoio do Governo do Estado e da Sociedade o hospital estaria sucateado, porque não há folga de caixa para novos investimentos”, ressalta o presidente.
O equilíbrio financeiro só é possível na Santa Casa de Paranavaí em razão de um gerenciamento austero das finanças, convênios com planos de saúde e alguns atendimentos particulares.
“Com os recursos advindos dos convênios e do atendimento particular cobrimos o déficit gerado pelo atendimento ao SUS, que ocupar cerca de 80% dos nossos leitos. Sem o apoio da sociedade não conseguiríamos sobreviver”, atesta Renato.
A Santa Casa de Paranavaí é o maior hospital da região e o único com UTI. Um eventual desajuste nele afetaria toda a região.
“Quando precisávamos reformar uma ala do hospital, empresas e pessoas jurídicas nos ajudaram. Ainda hoje recebemos doações. É importante que a sociedade contribua com o hospital. A doação pode ser feita na conta de água a partir de 3 reais. A Santa Casa é um patrimônio de toda a população regional. Em alguns casos, o cidadão com mais recursos pode até recorrer a outros centros. Mas na hora de um enfarto do coração, um AVC ou um acidente de carro, só para citar alguns exemplos, é a Santa Casa quem dá o primeiro atendimento. Por isso todos devem estar unidos em torno deste hospital para que possamos continuar o atendimento, ampliar os serviços ofertados à população e atender todos com dignidade”, argumenta Renato Guimarães.
O presidente da Santa Casa lembra que o hospital vai precisar muito da ajuda da sociedade e das prefeituras para viabilizar a Unidade Morumbi (antigo Hospital Noroeste). Cita que a obra está orçada em R$ 9,5 milhões. O Governo do Estado vai repassar R$ 9 milhões e a Santa Casa terá que entrar com uma contrapartida de R$ 500 mil.
“Não temos este recurso. E mais uma vez vamos precisar da ajuda da população, das empresas e dos prefeitos. Esta ajuda nunca nos foi negada. E estou convencido de que ela também não faltará agora. No momento adequado vamos apresentar o pedido à sociedade e, como sempre, vamos prestar contas de tudo o que for arrecadado. E vamos viabilizar esta nova unidade, que será um grande salto para a saúde de Paranavaí”, arremata Guimarães.