Felipão diz buscar “carinho” no Grêmio

PORTO ALEGRE – A busca por "carinho" e "abraços" motivou o técnico Luiz Felipe Scolari a aceitar o convite do Grêmio e voltar a trabalhar menos de um mês após dirigir o Brasil na histórica derrota para a Alemanha  por 7 a 1 na Copa do Mundo.
Em sua apresentação, Felipão disse que o Grêmio é o local ideal para o retorno e o único time que o faria retomar a carreira no momento.
Na década de 90, o técnico comandou o time em sua fase mais vitoriosa, que incluiu um título da Libertadores (1995) e um Brasileiro (1996).
"Neste momento em que eu também preciso de um abraço, de um carinho, em que preciso de pessoas que me ajudem, sei que o Grêmio é esse time, que tem essa filosofia, que tem torcedores e jogadores que vão estar comigo", explicou o treinador.
SUFOCO – Felipão contou que passou sufoco nas últimas semanas e se disse "execrado" pela imprensa desde a derrota no Mundial, que ele próprio classificou como catastrófica. Mas voltou a dizer que seu trabalho no futebol não pode ser resumido à goleada.
"Tenho 19 títulos. Será que por um resultado eu vou botar tudo fora? Não. Esses 15 dias que eu passei já foram bem assimilados, não tem nada mais. Se tiver um resultado ruim, é um resultado ruim. Tem que saber assimilar e seguir em frente", afirmou.
O técnico contou que desde a goleada recebeu solidariedade de colegas, como os ex-técnicos Rubens Minelli e Candinho. Minelli, disse ele, lembrou ter comandado uma equipe que perdeu por oito gols e deu a volta por cima.
Em 40 minutos de entrevista, o técnico procurou se mostrar bem-humorado.
Brincou com a expressão "projeto", celebrizada por Vanderlei Luxemburgo, reclamou que pagou a conta do almoço em que fechou o acordo com o Grêmio e disse que precisou "dar voltas" na sua mulher, Olga, para convencê-la a voltar já ao trabalho.
Durante a entrevista, sócios do Grêmio que estavam na sala de imprensa o aplaudiram em várias ocasiões.
Em nenhum momento o técnico mencionou Dunga, seu sucessor na seleção, ou a rescisão com a CBF, pela qual receberá R$ 4,1 milhões.