Com empresários, Campos ataca Dilma e o PMDB, e promete não elevar carga tributária

BRASÍLIA – Na abertura do encontro dos principais candidatos ao Palácio do Planalto com a elite industrial brasileira, Eduardo Campos (PSB) listou ontem uma série de propostas para o setor. Entre outros pontos, prometeu não elevar a pesada carga tributária nacional e enviar na primeira semana de sua gestão uma reforma tributária ao Congresso.
Aliado da gestão do PT por mais de 11 anos – o rompimento só se deu em setembro do ano passado -, o pessebista também criticou bastante o governo Dilma Rousseff e o PMDB, principal aliado da coalizão da petista, dizendo que o Brasil não aguenta mais quatro anos dessa aliança.
Sobraram farpas até a Luiz Inácio Lula da Silva, a quem Campos sempre evitou atacar. No discurso desta quarta, ele afirmou que o ex-presidente errou ao não promover concessões e parcerias com o setor privado na área de infraestrutura.
"Atrasamos o processo de concessões e parcerias público-privadas. Essa foi uma falha do governo do presidente Lula. E quando fomos fazer já sob o comando da presidente Dilma, fizemos de uma maneira atravessada (…), parecia que se fazia contragosto".
O evento ocorreu na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria), em Brasília.
"Respeito a presidente Dilma e o candidato Aécio, conheço a trajetória de vida de todos dois. Mas as circunstancias que cercam a presidente Dilma e cercam Aécio são as de conservar a velha política que já faliu e não pode falir o sonho dos brasileiros. (…) O Brasil não aguenta mais quatro anos acompanhado de Sarney, de Collor, de Renan, não é possível. Se você acha se é possível, você tem uma atitude, se você acha que não é possível, você tem uma escolha, Eduardo Campos e Marina Silva", discursou Campos, se referindo a três dos principais caciques do PMDB.
Mirando nos interesses da plateia, Campos listou promessas em torno de dez temas. Entre eles, o de dar caráter técnico às direções das agências reguladoras, aumentar a segurança para os investidores – a proposta de dar independência ao Banco Central vai nessa linha -, "colocar o foco na produtividade", valorizar a educação com o incremento do ensino em tempo integral e investir na inovação, entre outros pontos.