Brasil avançou pouco em 10 anos no ensino de português e matemática
Ao longo de 10 anos, entre 2007 e 2017, o Brasil avançou pouco para fazer com que alunos do 5º e do 9º anos do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio tenham o conhecimento apropriado para a série. A etapa final da educação básica é que apresenta piores resultados
As escolas e os professores brasileiros têm apresentado maior sucesso ao ensinar o adequado em língua portuguesa e em cálculo para alunos do 5º ano do ensino fundamental – mesmo assim, menos da metade dos estudantes aprendem o que deveriam em matemática. No 9º ano, os índices de aprendizado satisfatório são um pouco menores, mas seguem crescendo. Já o 3º ano do ensino médio está estagnado. Em todos os níveis, os índices de aquisição de conhecimento nas duas disciplinas estão longe de serem aceitáveis. Essas são algumas das conclusões de levantamento do movimento Todos pela Educação que investigou o percentual de alunos brasileiros que tiveram aprendizado adequado em português e em matemática entre 2007 e 2017. O estudo se baseou no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que aplica provas para estudantes do 5º e do 9º anos do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio em todo o país a cada dois anos. O próprio Saeb é uma ferramenta de acompanhamento do ensino, mas o Todos pela Educação aplicou outros critérios, mais elevados, aos resultados.
“A gente estabelece um número do que seria adequado olhando outros países, fazendo uma transposição da nota do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) para a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)”, explica Gabriel Correa, gerente de Políticas Educacionais do Todos pela Educação. Para ter um aprendizado considerado apropriado pelo movimento, é preciso atingir pelo menos 200 pontos em português e 225 em matemática no 5º ano; 275 e 300, respectivamente, no 9º ano; e 300 e 350 pontos, no 3º ano do ensino médio. “O levantamento apresenta dados que mostram a urgência de melhorar a educação básica. Sem isso, não vamos conseguir ser um país mais desenvolvido. Está na hora de as pessoas que assumiram novos mandatos na política darem respostas efetivas com relação ao que vão fazer para mudar esse quadro”, cobra Gabriel Correa. Em 10 anos, os resultados do 5º ano foram os que apresentaram maiores avanços; seguidos pelos do 9º ano.