Antes da Copa, Confederação Africana tentou solução para premiações

RIO DE JANEIRO – O secretário geral da Confederação Africana de Futebol (CAF), Hicham El Amrani, disse ter feito o possível para evitar problemas relacionados a premiações dos jogadores da cinco seleções de seu continente nesta Copa do Mundo.
Alegou, no entanto, que a definição sobre esse tipo de acerto fica a critério de cada país.
A seleção de Gana, por exemplo, recebeu R$ 6,5 milhões, trazidos em dinheiro vivo em um avião que pousou em Brasília, na semana passada, antes da partida contra Portugal.
Já a equipe da Nigéria chegou a cancelar um treino em Campinas devido a falta de pagamento do bônus aos jogadores.
"Em fevereiro, nós chamamos as cinco federações (dos países classificados para a Copa) e pedimos a elas que assegurassem o cumprimento de todos os acordos com os jogadores. Cada país, no entanto, tem sua autonomia", disse El Amrani.
Após o pagamento para a seleção de Gana, uma emissora de TV registrou um jogador da seleção africana festejando no hotel com um maço de dólares na mão.
"Obviamente, não queremos notícias se espalhando pelo mundo sobre negociações de bônus realizadas entre as federações e as equipes. Nós gostaríamos que isso tivesse sido acertado antes da Copa do Mundo", acrescentou El Amrani.
O representante da Confederação Africana se irritou ao ser questionado sobre o caso do argelino Mohamadou Lamine Fofana, preso pela Polícia do Rio sob a suspeita de liderar uma quadrilha internacional responsável pela venda ilegal de jogos da Copa do Mundo.
"Que tipo de pergunta é essa? Por que vocês não perguntam sobre os colombianos presos ou sobre os americanos presos (por vender ingressos falsos)? Por que vocês apresentam sempre a África como um lugar obscuro?", perguntou El Amrani ao encerrar a entrevista.