Igreja deve ser mais tolerante com os gays, diz documento do Vaticano

A Igreja Católica deve ser mais tolerante com os homossexuais e precisa aceitar crianças adotadas por casais gay, apesar de manter a oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. As ideias fazem parte de um documento divulgado ontem pelo Vaticano.
A publicação reúne a resposta de diversas dioceses ao redor do planeta a um questionário de 39 questões feito a pedido do papa Francisco. O documento, que tenta mostrar os desafios da Igreja hoje, deve servir de base para o sínodo –encontro dos bispos– que acontece em outubro e vai debater o futuro da catolicismo.
O documento aponta também que os católicos devem ser mais inclusivos e humildes.
O documento diz que os bispos se mantêm contrários a governos que "redefinam" o casamento ao permitir matrimônios entre pessoas do mesmo sexo, mas que a Igreja precisa encontrar um equilíbrio entre defender a família tradicional e "respeitar e não julgar a atitude das pessoas que vivem nesse tipo de união [o casamento gay]".
Assim, apesar de não apontar mudanças imediatas na condenação da Igreja aos gays, o texto usa uma linguagem mais tolerante que as declarações anteriores do Vaticano.
SEXO – O documento também mostra que a maioria dos católicos rejeita os conselhos da Igreja sobre sexo e métodos contraceptivos.
O Vaticano diz que a culpa é principalmente dos padres, que não educaram corretamente a população.
O documento diz que uma "vasta maioria" dos católicos considera que "a avaliação moral de métodos contraceptivos é geralmente entendida como uma intrusão na vida íntima do casal e uma restrição ao livre arbítrio".