Os números que mostram o poder do agronegócio brasileiro
A seguir os números impressionantes apresentados pelo coordenador geral de planejamento estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, no primeiro Exame Fórum Centro-Oeste, na última terça-feira em Goiânia. Ao final, dados da empresa Kepler Webber – de armazenamento de grãos – mostram o outro lado, com a faceta que segue atrasada no setor.
1) VAI BEM
– O PIB da agricultura é de 1 trilhão de reais, o que representa cerca de 20% da economia brasileira.
– O setor representa 41% das exportações brasileiras hoje.
– Entre 25 e 30 milhões de pessoas trabalham com o agronegócio – cerca de 30% do pessoal ocupado do país – direta e indiretamente.
– A produção de grãos deve chegar este ano a 191 milhões de toneladas. Na safra 2014/15, pode ir a 200 milhões e, na próxima década, deve alcançar 248 milhões.
– Para isso, a área cultivável deverá aumentar 17%, mas é a produtividade que deverá ser a grande responsável pelo aumento.
– 90% do crescimento da produção se devem à produtividade; apenas 10% a outros fatores.
– A tendência em longo prazo é a produtividade crescer menos, algo em torno de 1,6% ao ano, enquanto hoje está em 4,04% – contra 2,26 nos EUA.
– Os três Estados que se destacam no crescimento da produtividade anual hoje são Minas Gerais (6,5%), Bahia (5,7%) e Goiás (5,5%).
– O Brasil usa 40 milhões de hectares para plantar produtos transgênicos. Só perde no mundo para os EUA, onde a área chega a 70 milhões de hectares.
– A produção de cinco Estados da região do delta dos Estados Unidos não chega a 700 mil km quadrados de áreas cultiváveis. Só o Mato Grosso é maior do que tudo isso.
– Milho (63%) e algodão pluma (55%) serão as duas culturas que mais aumentarão a exportação entre 2013 e 2023, prevê o ministério.
– A produção de grãos deve aumentar 58 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, uma expansão de 30%.
2) OS PROBLEMAS
– Apenas 15% das fazendas possuem sistema próprio de armazenagem de grãos, segundo a Kepler Weber.
– O percentual de perda no mercado de grãos na pré e pós-colheita é de 10%, considerado alto em relação à média mundial.
– A produção de soja vem crescendo 6% ao ano, enquanto a capacidade de armazenagem aumenta apenas 4%. Já a área de plantio, 2,8%. Isso indica crescimento da produtividade, mas aumento do déficit de áreas para estocar a cada ano.
– Os gargalos de logística e infraestrutura formam uma lista enorme. A saída de uma tonelada de soja do Mato Grosso para a China custa 185 dólares. Da Argentina, 102 dólares. Dos EUA, 71 dólares. (Fonte: Exame.com)