55% das mães não planejaram engravidar
RIO DE JANEIRO – A pesquisa "Nascer no Brasil", baseada em depoimentos obtidos nas maternidades de 266 hospitais públicos e privados e coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelou que 55% das mulheres entrevistadas não planejavam engravidar.
Foram ouvidas 23.894 mulheres, sempre após o parto, entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012, em 191 cidades do Brasil.
Foi o caso da jornalista Anita Santos, 31, que deu à luz há uma semana a Mathias. "Foi sem querer mesmo, por uma troca de anticoncepcional. Mas não quer dizer que foi indesejado. Em momento algum pensamos em aborto. Quando ocorreu, fizemos planos para incluir essa pessoa na nossa vida."
Não é o que acontece com 9% das entrevistadas na pesquisa, que permaneciam insatisfeitas com a gravidez após o parto.
"Mesmo com o bebê no colo, 9% das mulheres não estavam felizes", disse Silvana Granato, uma das pesquisadoras do projeto.
"Não tratamos de aborto nesse estudo, mas acho que esse é um assunto para ser discutido mais abertamente. O país tem que parar de fazer de conta que está todo mundo feliz com a maternidade."
O estudo apontou ainda que, em cada 100 partos nos hospitais privados no país, 88 são realizados por meio de cesarianas.
O índice é considerado alarmante por autoridades de saúde. A média nacional de cesarianas ficou em 52% do total de partos. E o percentual de cirurgias registradas nas maternidades públicas atingiu 46%.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o índice desse tipo de cirurgia deve ficar em torno de 15%.
"Por ser uma cirurgia, a cesariana é um fator de risco a mais, tanto para a mãe quanto para o filho", alertou Maria do Carmo Leal, coordenadora da pesquisa.
"Percebemos que houve uma banalização das cesarianas no Brasil. O que passou a determinar esse tipo de cirurgia não são mais os fatores clínicos", criticou Rosa Domingues, pesquisadora do grupo da Fiocruz que participou da pesquisa.
A confeiteira Milene Mascarenhas, 31, achava que seu primeiro filho nasceria de parto normal, em dezembro de 2007. Com 39 semanas, porém, o médico sugeriu agendar uma cesárea.
Bernardo nasceu com desconforto respiratório e teve que passar 11 dias no hospital, sendo 10 na UTI.
Milene acredita que o médico quis agendar a cirurgia para que o parto não ocorresse no meio das festas de fim de ano.
Foram ouvidas 23.894 mulheres, sempre após o parto, entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012, em 191 cidades do Brasil.
Foi o caso da jornalista Anita Santos, 31, que deu à luz há uma semana a Mathias. "Foi sem querer mesmo, por uma troca de anticoncepcional. Mas não quer dizer que foi indesejado. Em momento algum pensamos em aborto. Quando ocorreu, fizemos planos para incluir essa pessoa na nossa vida."
Não é o que acontece com 9% das entrevistadas na pesquisa, que permaneciam insatisfeitas com a gravidez após o parto.
"Mesmo com o bebê no colo, 9% das mulheres não estavam felizes", disse Silvana Granato, uma das pesquisadoras do projeto.
"Não tratamos de aborto nesse estudo, mas acho que esse é um assunto para ser discutido mais abertamente. O país tem que parar de fazer de conta que está todo mundo feliz com a maternidade."
O estudo apontou ainda que, em cada 100 partos nos hospitais privados no país, 88 são realizados por meio de cesarianas.
O índice é considerado alarmante por autoridades de saúde. A média nacional de cesarianas ficou em 52% do total de partos. E o percentual de cirurgias registradas nas maternidades públicas atingiu 46%.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o índice desse tipo de cirurgia deve ficar em torno de 15%.
"Por ser uma cirurgia, a cesariana é um fator de risco a mais, tanto para a mãe quanto para o filho", alertou Maria do Carmo Leal, coordenadora da pesquisa.
"Percebemos que houve uma banalização das cesarianas no Brasil. O que passou a determinar esse tipo de cirurgia não são mais os fatores clínicos", criticou Rosa Domingues, pesquisadora do grupo da Fiocruz que participou da pesquisa.
A confeiteira Milene Mascarenhas, 31, achava que seu primeiro filho nasceria de parto normal, em dezembro de 2007. Com 39 semanas, porém, o médico sugeriu agendar uma cesárea.
Bernardo nasceu com desconforto respiratório e teve que passar 11 dias no hospital, sendo 10 na UTI.
Milene acredita que o médico quis agendar a cirurgia para que o parto não ocorresse no meio das festas de fim de ano.