O tríduo está chegando
As pesquisas mais acreditadas chegaram com a Copa do Mundo. E esta para atrapalhar as campanhas políticas. Tudo ao mesmo tempo e travando o país de obras e iniciativas em favor da coletividade. Agora, é torcer para a preferência de cada um.
Na verdade, muitos preferiam a Copa bem longe com um time chegadinho ao gol e ao hexa. Aqui, porém, atrapalha. Mas o povo brasileiro apreciaria, como vai acontecer, sentar nas cadeiras novas, sem alambrados e fossos. Tudo livre para aproximar os ídolos com a plateia. País do futebol, melhor é estar mais perto dele.
Terminada a Copa entramos direto na campanha eleitoral mais curta. Talvez até seja bom apressar a campanha, enquanto os jogadores apressam o passe. No meio de tudo, as pesquisas. A última, deve ser, se não saiu mais uma, os institutos ouvindo a população e mostrando que, Dilma, Aécio e Campos devem ser, realmente, os mais fortes.
O Ibope os dá como melhorando o passo. Dilma recupera-se levemente. Aécio e Campos recebendo adesões e os colocando mais perto da Presidente. Subiram os três, como se sabe. Dilma conseguiu com o auxilio de importantes petistas impedir a chegada mais próxima de seu criador – nada de Lula. O jogo está na rua. Ele tem tempo, inclusive de voltar em 2018. Seja oposição, seja situação.
Lula, na verdade vem aí, mais para cumprir o prometido – candidata é Dilma. E esta desandou a viajar, falar, convocar, vangloriar-se. Aécio e Campos, este carregando Marina Silva, se é que o contrário não seria o fato verdadeiro, crescem. E se vão aliar, pois o segundo turno é um chamariz para todos e uma oportunidade de virar o jogo. Aí vem Lula, talvez já um pouco tarde, ainda que louvando-se sempre sua esperteza, seu carisma e seu modo especial de falar com o povo, que poderá voltar a ser seu.
E enquanto se discute no plano nacional, por aqui tudo ficará para depois. Bom para Beto Richa, com mais espaço em silêncio. Vai poupar munição. Quando estiver normalizado, teremos novamente a ladainha de que o Paraná é preterido. Na verdade sempre o foi. Nós ainda não aprendemos a fazer política nos grandes centros. Depois de Munhoz da Rocha e de Ney Braga, ficamos brigando em família, como se liberássemos na mesma escuderia do Grande Prêmio de Formula Um. Cada um por si.
E quando julgamos que os dias estão melhores, eis que surge André Vargas, novato na política, novato no PT e novato até em provocar gestualmente o presidente do Supremo Tribunal Federal. Lambuzou-se.
Vamos todos cirandar. Aprender a desconfiar de quem está ao nosso lado, mas confiar em que também somos todos irmãos. Exigir da Federação é até uma obrigação de nossa gente eleita. Mas sempre lembrando que integramos o mesmo time. Não necessariamente passar ao largo, ao contrário, lutar, brigar, chamar a atenção e comparar a contribuição cada vez mais valiosa que damos. Por isso não permitir que nos tirem. Podem tirar, mas os homens que se aventuraram na política com pose e só pose, ainda que com posse.
*Ayrton Baptista, jornalista.