Papa Francisco se irrita com festa cara, diz mídia italiana

O papa Francisco se irritou com uma festa cara promovida no Vaticano no último dia 27 de abril, quando foram canonizados os papas João 23 e João Paulo 2º, segundo informações da mídia italiana.
O evento ocorreu na cobertura do prédio da Prefeitura de Assuntos Econômicos do Vaticano e custou cerca de €18 mil (aproximadamente R$ 54 mil), segundo o semanário italiano "L’Espresso".
Pagaram a conta duas empresas privadas, sendo uma seguradora que doou dinheiro para a estrutura e uma petroleira que pagou pelo bufê para 150 convidados, entre religiosos, empresários e jornalistas.
Conforme a publicação, a irritação do papa decorreu do contraste entre o luxo da festa e os milhares de peregrinos que foram ao Vaticano e dormiram ao relento para acompanhar a canonização.
O chefe da Prefeitura de Assuntos Econômicos, o cardeal Giuseppe Versaldi, disse não ter tido conhecimento prévio da festa e afirmou ter mandado investigar o caso. "Não posso revelar o que [o papa] disse. Só posso dizer que ele não ficou muito contente, para usar um eufemismo. Mas asseguro que casos assim não voltarão a ocorrer", disse o cardeal.
APÓS POLÊMICA – Uma carta do papa Francisco à presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que foi considerada falsa por um padre, "é certa e verdadeira", afirmou ontem o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
Na correspondência, o pontífice, que é argentino, parabeniza o país pela Revolução de Maio, que deu início ao processo de independência argentino, comemorado neste domingo (25).
Na quinta-feira, o monsenhor Guillermo Karcher, que trabalha no cerimonial do Vaticano, havia dito ao canal de televisão argentino C5N que a carta "era falsa e de má fé". "É um artista que fez essa colagem. É para ficar surpreso, nunca aconteceu nada assim".
Diante da acusação levantada, o secretário-geral da Presidência, Oscar Parrilli, e o secretário de culto do país foram à TV para dizer que a carta era verdadeira e seguiu o protocolo de sempre: saiu da nunciatura ("embaixada" da Igreja) e foi para o governo.
O representante do Vaticano na Argentina, Emil Paul Tscherrig, deu uma entrevista coletiva às pressas para explicar sua ação no caso. Ele disse que a Igreja argentina não chegou a dizer que a carta era falsa. Houve "uma confusão, que não vem desta casa, desta nunciatura", afirmou.
Por fim, Federico Lombardi, o porta-voz do papa, desmentiu o argentino Karcher, disse que a carta é "o mecanismo habitual para as festas nacionais".