Presidente ironiza interesse do Napoli por Ganso, que rebate declaração

Ao ser questionado sobre um possível interesse do Napoli em Ganso, o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, reagiu de forma irônica e provocou a reação do clube italiano e de sua torcida.
O cartola Aidar disse à rádio Jovem Pan, na quarta-feira, que não liberaria o meia nem que o Napoli desse todo o dinheiro da Camorra, organização criminosa de Nápoles.
"Nem [com o dinheiro da] Camorra toda. O São Paulo não está preocupado em vender jogador, é um clube comprador. (…) Sem menosprezar o Napoli, mas a Camorra já não tem mais esse poder todo", declarou Aidar.
O Napoli reagiu. Divulgou uma nota de repúdio, ontem, na qual disse  que Aidar "ofendeu a imagem do clube" e que o departamento jurídico iria analisar as declarações para se posicionar.
Nas redes sociais, torcedores do Napoli usaram a página oficial do clube para ofender o presidente tricolor.
A Folhapress ouviu alguns napolitanos e descendentes de italianos em São Paulo. A repercussão foi negativa.
"Seria o mesmo que o Napoli afirmar que não venderia um jogador para o São Paulo nem com o dinheiro do PCC [Primeiro Comando da Capital]", disse Luigi Pacifico, 33, filho de pais napolitanos e funcionário de uma companhia área italiana.
"Ele relacionou algo negativo com o Napoli e não há relação alguma. Ainda que tenha sido uma brincadeira, foi ofensiva", afirmou Raffaele Papa, 66, que nasceu em Benevento, a 50 km de Nápoles, e é professor e membro da diretoria do Circolo Italiano.
Essa não foi a primeira declaração polêmica de Aidar.
O cartola já acusou o Palmeiras de se "apequenar" após a ida de Kardec para o Morumbi. Também criticou o Itaquerão por ser longe do centro da cidade: "Aquilo lá é outro mundo, outro país".
Ao elogiar Kaká, disse que o jogador do Milan é "alfabetizado, tem todos os dentes" e por isso seria a imagem do São Paulo. Procurado pela Folha, o cartola preferiu não se manifestar.