Polícia investiga assassinato de líder do MST

Ontem à tarde o delegado de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes, estava em Terra Rica trabalhando na tentativa de esclarecer a motivação e autoria do assassinato do líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra Valdir Roque, 38 anos. Ele foi morto com dois tiros anteontem à noite, na frente da casa onde morava com a mulher e um filho de sete anos, no assentamento Sétimo Garibaldi.
De acordo com informações da Polícia Civil, um homem chegou por volta das 19 horas e chamou a vítima, que saiu da residência. O matador teria perguntado sobre a venda de galinhas e, na sequência, disparou dois tiros. Um deles teria acertado a cabeça do líder do MST.
Depois dos disparos o assassino fugiu na garupa de uma motocicleta, cujo condutor estaria esperando. Eles não foram vistos ou descritos. A esposa do agricultor estava em casa, mas não chegou a sair. Apenas o filho de sete anos teria presenciado o crime. O homem morreu antes de receber socorro.
A Polícia Civil confirmou que o delegado Carlos Henrique Rossato Gomes, operacional de Paranavaí, foi designado para investigar o caso. Não há indícios de motivação para o crime, mas nenhuma possibilidade havia sido descartada. Rossato Gomes estava em campo ontem à tarde, ouvindo algumas pessoas. Por isso, não foi encontrado pela reportagem.
O MST lamentou em nota a morte do assentado. Alega que o crime foi uma emboscada. Ainda segundo a nota, Roque se tornou alvo de latifundiários e de políticos da região por ter atuado intensamente em negociações pela Reforma Agrária.
O agricultor que dá nome ao assentamento onde Roque Morreu – Sétimo Garibaldi – também foi assassinado. O crime ocorreu em novembro de 1998, na Fazenda São Francisco de Querência do Norte, então ocupada por 150 famílias. Na época Garibaldi levou um tiro de escopeta numa tentativa de desocupação, cujos proprietários negaram serem mandantes.