PMs são presos após porta-malas abrir e mulher ser arrastada

RIO DE JANEIRO (Folhapress) – A Polícia Militar do Rio determinou ontem a prisão de três policiais acusados de arrastar por 250 metros a auxiliar de serviços gerais Cláudia Silva Ferreira, 38, que ficou pendurada na traseira do carro policial após ser socorrida e levada para o hospital. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, Cláudia Ferreira já chegou morta à unidade.
Mãe de quatro filhos, casada com um vigilante, Cláudia saiu de casa, na manhã de domingo, para comprar pão. No caminho até a padaria, ela foi surpreendida por uma troca de tiros entre policiais e traficantes da comunidade onde morava, o morro da Congonha, em Madureira.
A Polícia Militar informou que a mulher foi encontrada baleada. Ela levou um tiro no pescoço e outro nas costas.
Dois subtenentes e um soldado do 9º BPM (Rocha Miranda) resgataram a mulher na rua Joana Resende e a colocaram dentro do porta-malas do carro policial.
No caminho para o hospital Carlos Chagas, o porta-malas abriu e o corpo da mulher foi arrastado. Segundo nota da própria PM, “causando mais ferimentos à vítima”.
Pedestres e motoristas alertaram os policiais, que só pararam o veículo em um semáforo. Uma perícia foi feita no veículo pelo Centro de Criminalística da PM. O caso está sendo investigado pela 29ª DP (Madureira) e pela Corregedoria da PM.
Em nota, o comando da Polícia Militar esclareceu “que este tipo de conduta não condiz com um dos principais valores da corporação, que é a preservação da vida e dignidade humana”.
Após a morte da moradora, uma manifestação foi realizada na região e chegou a fechar as duas pistas da avenida Ministro Edgar Romero, em Madureira.