Altas temperaturas podem comprometer atividades rurais

As altas temperaturas registradas nas últimas semanas ainda não afetaram diretamente as atividades rurais no Noroeste do Paraná, mas os problemas podem começar a aparecer caso demore para chover. A avaliação foi feita por dois produtores de Paranavaí, o pecuarista Marcel Thuronyi e o citricultor Gilberto Pratinha.
“O calor afeta o desenvolvimento do capim”, explicou Thuronyi, acrescentando que os resultados negativos serão percebidos durante o inverno. É que muitos produtores já estão preparando as pastagens que utilizarão para alimentar os rebanhos durante os meses mais frios do ano.
No caso da laranja, Pratinha disse que as frutas que estão no pé não serão influenciadas, mas a florada de janeiro deste ano corre o risco de perda total. O prejuízo seria de aproximadamente R$ 30 milhões, segundo o citricultor, que calculou um déficit de quase 2 milhões de caixas da fruta.
O tempo seco também pode influenciar na qualidade da fruta que será colhida na metade deste ano. De acordo com Pratinha, a tendência é que as laranjas sejam menores, o que é favorável para a indústria, mas pode interferir diretamente o mercado de fruta in natura.
Para diminuir a intensidade dos danos, o citricultor aposta no sistema de irrigação que alcança cerca de 30% da área plantada. Mas, de acordo com ele, os produtores que não contam com instrumentos para amenizar a ação do verão podem, sim, ter prejuízos.
PREÇO DA CARNE – Thuronyi informou que a arroba do boi gordo está custando em média R$ 116. A arroba da vaca, R$ 107. “Para quem esteve com o mercado há quase cinco anos no patamar dos R$ 100, é bom, mas não dá para repor as perdas”, avaliou.
Segundo o pecuarista, o aumento na exportação pressionou o mercado interno, fazendo com que os preços sofressem leve alta, equilibrando o setor pecuário. É que havia o risco de o Brasil concentrar uma grande população bovina, o que poderia reduzir a lucratividade dos produtores.