Fuga causou vergonha ao PT, diz líder do partido na Câmara

BRASÍLIA – Líder do PT na Câmara, o deputado federal Vicentinho (SP) defendeu ontem uma "profunda investigação" sobre a fuga do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão, e que foi preso anteontem na Itália após fugir para não cumprir a pena. Segundo Vicentinho, a situação de Pizzolato provocou um "sentimento de vergonha e constrangimento" dentro do PT.
"A postura requer uma profunda investigação. Ninguém fugiu. João Paulo Cunha [deputado] e José Genoino [ex-presidente do PT] não saíram de casa, não fugiram. Apesar de Pizzolato ser militante, não podemos compactuar com essa postura", afirmou o líder. "Se alguém foge, é porque fez algo errado", completou.
Foragido desde novembro do ano passado, Pizzolato foi preso na manhã de quarta. Numa ação das polícias italiana e brasileira, ele foi detido em Maranello, onde vivia na casa de um sobrinho, com passaporte falso em nome de Celso, irmão morto em 1978 em acidente de carro.
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que o governo pedirá a extradição. Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que a medida será "inócua". Pizzolato tem cidadania italiana.