Aécio diz que reforma ministerial “anda para trás”
A terceira reforma ministerial promovida pela presidente Dilma Rousseff foi duramente criticada ontem pelo senador Aécio Neves (PSDB) durante uma visita ao Show Rural Coopavel, feira tecnológica do agronegócio em Cascavel (a 498 km de Curitiba). Em entrevista à imprensa, o senador disse que a palavra "reforma" pressupõe uma mudança para melhor, mas que isso não ocorreu no anúncio dos novos ministros quatro tomaram posse ontem. Aécio Neves não citou nomes, entretanto. "É uma reforma que anda para trás, é uma reforma que atende a interesses do partido [o PT] e, provavelmente nos próximos dias, a dos aliados", declarou. Segundo Aécio, a agenda do governo é focada na reeleição, e, com a reforma, "os feudos do PT são garantidos" nos maiores orçamentos, como os ministérios da Saúde e da Educação. "Infelizmente a lógica que rege as ações do governo não é de interesse nacional, é de interesse eleitoral", afirmou o tucano. O pré-candidato à presidência disse ainda que as principais conquistas do Brasil até agora, como a estabilidade, a credibilidade e os pilares macroeconômicos que garantiram investimentos no Brasil, se fragilizaram. A inauguração de um porto em Cuba, financiado pelo BNDES, voltou a ser alvo de críticas do senador. "Pelo menos no último ano de governo da atual presidente assistimos à inauguração da primeira grande obra concluída pelo seu governo. Pena que foi em Cuba, poderia ser no Brasil", alfinetou. Bem à vontade, Aécio percorreu a feira em ritmo de pré-campanha. Cumprimentou visitantes, posou para fotos e percorreu estúdios de TVs e rádios para conceder entrevistas, sempre acompanhado do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e do senador Álvaro Dias (PSDB-PR).