Preço da mandioca cai, mas rentabilidade continua em alta

Para quem estava acostumado aos R$ 600, vender a tonelada de mandioca por R$ 400 pode parecer um mau negócio. Mas não é. Pelo menos é o que afirma o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), João Eduardo Pasquini. “É a lei da oferta e da procura”, diz.
É que há alguns meses, a produção de mandioca nos estados do Nordeste passava por crise. Com isso, muitas indústrias buscaram a raiz produzida no Sul e no Sudeste, alavancando as vendas. O resultado foi a supervalorização do produto. “Foram os preços mais altos de todos os tempos”, avalia Pasquini.
Agora, com as chuvas que caíram sobre os estados nordestinos nas últimas semanas e o aumento da produtividade nas plantações do Sul e do Sudeste, os valores de comercialização começam a se normalizar. “A redução foi grande, mas não significa que o preço esteja ruim. A tonelada de mandioca já chegou a custar 250 reais”.
Significa que a remuneração dos produtores continua em alta, explica Pasquini. “A queda é normal com esse aumento de produção”. Segundo ele, a mandioca está em ponto de colheita, ao mesmo tempo em que as indústrias nordestinas começaram a comprar farinha derivada da raiz entre os produtores daquela região.
Mas a situação pode voltar a beneficiar os mandiocultores paranaenses. “Conversando com o pessoal da indústria, percebi que a procura pela mandioca daqui pode voltar a crescer em 60 dias”. De acordo com Pasquini, trata-se de uma previsão, mas a possibilidade reanima o mercado. “Se isso acontecer, vamos conseguir manter os preços em um patamar razoável”.
O presidente da Abam afirmou que a safra desta temporada foi menor do que a do ano passado, o que estimula o mercado a promover preços maiores do que o habitual. De qualquer forma, garantiu, a tendência é que a situação se normalize nos próximos meses.