José Genoino teve pressão alta e não infarto, aponta boletim médico

BRASÍLIA – O boletim médico sobre a saúde do deputado federal licenciado José Genoino (PT-SP) divulgado ontem descartou a ocorrência de infarto e o diagnosticou com pressão alta e alteração de coagulação.
Preso na última sexta-feira após ter sido condenado no processo do mensalão, Genoino foi transferido anteontem do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para o ICDF (Instituto de Cardiologia do Distrito Federal), após autorização do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa.
Barbosa atendeu a um pedido da defesa de Genoino.
O petista sofre de problemas cardíacos e passou por uma cirurgia em julho. O presidente do STF permitiu que ele se trate em casa ou em um hospital até que uma junta médica avalie seu quadro de saúde -o ICDF ainda não informou se essa avaliação já ocorreu.
Segundo seu advogado, Luiz Fernando Pacheco, dentro do presídio Genoino não pode recebe os cuidados médicos que necessita. Um laudo do IML (Instituto Médico Legal) produzido na terça-feira atestou a gravidade do estado de saúde do ex-presidente do PT.
O boletim divulgado pelo ICDF por volta das 13h30 afirma que, apesar de descartado o infarto, a "elevação dos níveis pressóricos (pressão arterial)" pode "comprometer o resultado da cirurgia de correção de dissecção da aorta" e a "alteração de coagulação (…) aumenta o risco de sangramentos".
Não há informações detalhadas sobre o nível da pressão dele ou sobre essas alterações na coagulação. De acordo com o boletim, Genoino encontra-se estável e deve permanecer internado até o controle da pressão e dos parâmetros de coagulação.
Na quarta-feira, Genoino já havia passado mal durante a noite. Segundo seu advogado, Genoino teve que ser atendido dentro do presídio da Papuda. O ex-presidente do PT, que está na ala reservada aos presos do regime semiaberto, fez um eletrocardiograma que demonstrou "alterações". Ainda de acordo com o advogado, o médico fez um pedido para a realização de exames complementares num hospital fora do presídio, o que foi negado pelo juiz de execuções penais.
Genoino foi condenado a 4 anos e 8 meses de prisão por corrupção ativa -por 9 votos a 1-, e a 2 anos e 3 meses por formação de quadrilha -por 6 a 4.