Paralisação dos bancários cresce, diz sindicato

A greve dos bancários entra hoje no seu 22º dia. De acordo com o sindicato dos trabalhadores, a paralisação se intensifica. Hoje está prevista nova rodada de negociação com a Fenaban (sindicato patronal).
O Comando Nacional dos Bancários revelou que, em todo país, 12.136 agências, centros administrativos e call centers de bancos privados e públicos não abriram.
Os bancários pedem reajuste salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real. A primeira oferta dos bancos, em setembro, foi 6,1% de reajuste. Na sexta-feira passada, em nova proposta, aumentaram a correção para 7,1%. Ambas foram rejeitadas pelos trabalhadores.
Hoje, a partir das 10 horas, a Fenaban se reunirá com os representantes dos bancários para apresentar nova proposta.
IMPACTO DA GREVE – Enquanto os bancários e a Fenaban não chegam a um acordo, a greve, que já se arrasta por 21 dias, segue atrapalhando a vida e os negócios dos brasileiros.
Devido à paralisação, o comerciante paulista Matias Nunes, 26 anos, não conseguiu, ainda, compensar 17 cheques, cada um no valor de aproximadamente R$ 190. Sem isso, segundo conta, não consegue limpar seu nome, que consta em cadastros de restrição ao crédito.
"Para mim essa greve é grave. Sou comerciante e estou com nome sujo. Estou tendo que usar o nome da minha mulher", diz. Ontem, Nunes foi à agência do Banco do Brasil, na zona norte, e foi informado que o serviço não poderia ser feito.
Embora em muitos casos as lotéricas sejam a alternativa para realizar serviços bancários, isso não quer dizer que o consumidor não será afetado. O aposentado José Navareno, 73 anos, conta que teve que fazer duas viagens para pagar suas contas. "Tive que passar no caixa eletrônico do banco primeiro para sacar dinheiro e depois vim para a lotérica", explica. Também foi preciso enfrentar uma longa fila na lotérica.