Trabalho afasta adolescentes das escolas
Permitido pela lei sob certas condições, o trabalho de adolescentes na faixa de 15 a 17 anos, que deveriam estar matriculados no ensino médio, afasta os jovens dessa faixa etária da escola. Nesse grupo, a frequência à escola subiu de 83,3% para 84,2% de 2011 para 2012, segundo dados da Pnad. Entre os que trabalham nessa faixa, 71,4% deles estavam na escola. Segundo Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad, a entrada no mercado de trabalho prejudica a presença na escola exclusivamente para essa faixa etária. "Nas crianças mais jovens, que em sua maioria ajudam a família em trabalhos agrícolas, a frequência na escola é a mesma das que não trabalham", disse. Apesar de uma tendência de longo prazo de queda do trabalho na faixa de 15 a 17 anos (47% dos adolescentes trabalhavam em 1992), cresceu a presença dessa faixa no mercado de trabalho – de 23,6% em 2011 para 24,8% em 2012 – numa conjuntura de baixo desemprego e maior oferta de trabalho. De um modo geral, o trabalho infantil registra queda contínua nos últimos anos. Na faixa em que o trabalho é totalmente proibido (de 5 a 13 anos), houve queda de 21,3% na comparação com 2011, embora ainda restassem 554 mil crianças ocupadas em 2012. Ao todo, 3,5 milhões de crianças e adolescentes (de 5 a 17 anos) trabalhavam em 2012.