Dilma defende o Mais Médicos e rebate os que “apostavam” no fracasso na economia
Em cadeia nacional de rádio e TV, a presidente usou seu pronunciamento de cerca de dez minutos pelo Sete de Setembro para reconhecer que é preciso "fazer mais investimentos" em saúde e afirmar que "não é uma decisão contra os médicos nacionais", mas uma "decisão a favor da saúde".
"O Brasil tem feito e precisa fazer mais investimentos em hospitais e equipamentos, porém a falta de médicos é a queixa mais forte da população pobre", disse Dilma.
"O Brasil deve muito a seus médicos, o Brasil deve muito à sua medicina, mas o país ainda tem uma grande dívida com a saúde pública e essa dívida tem que ser resgatada o mais rápido possível", continua.
Em uma resposta calculada às entidades médicas que questionam seu programa, Dilma pediu compreensão: "O Mais Médicos está se tornando realidade e tenho certeza de que, a cada dia, vocês vão sentir os benefícios e entender melhor o grande significado deste programa".
"A vinda de médicos estrangeiros, que estão ocupando apenas as vagas que não interessam e não são preenchidas por brasileiros, não é uma decisão contra os médicos nacionais. É uma decisão a favor da saúde", afirmou a presidente.
RETOMADA – As críticas à economia também deram o tom da fala de Dilma nesta noite. Para ela, "falharam mais uma vez os que apostavam em aumento do desemprego, inflação alta e crescimento negativo".
"Nosso tripé de sustentação continua sendo a garantia do emprego, a inflação contida e a retomada gradual do crescimento", afirmou.
No segundo trimestre, o PIB (Produto Interno Bruto, que soma todas as riquezas produzidas pelo país no período) cresceu 1,5% em comparação ao período anterior e foi recebido com alívio pelo Palácio do Planalto.
Segundo a presidente, a economia continua "firme e superando desafios" e que "prova contundente" disso é que o Brasil, no segundo trimestre, foi "uma das economias que mais cresceu no mundo", superando EUA e Alemanha.
Dilma atribuiu as "oscilações" do dólar, "que afetam a economia de todos os países emergentes, sem exceção", à política monetária norte-americana. "A situação ainda exige cuidados, porém há sinais de que o pior já passou".
Presidente também fez um balanço sobre os cinco pactos lançados no fim de junho
Ao longo de sua fala, a presidente também fez um balanço sobre os cinco pactos lançados no fim de junho. Classificou como "um bom passo" a proposta de decreto legislativo entregue na semana passada com vistas a convocar um plebiscito para a reforma política – ainda que sem a maior parte de suas propostas originais.
Sobre estabilidade fiscal, citou que as contas públicas e a inflação "estão sob controle".
Lembrou ainda que em outubro ocorre o leilão do pré-sal do Campo de Libra e sinalizou que sancionará o projeto que destina 75% dos royalties para a educação – antes, a proposta era 100%.
O pronunciamento foi gravado no último sábado, antes de Dilma viajar para a Rússia para a reunião do G20. Ela voltaria apenas ontem à noite, depois de sua fala nacional.