Ciclo de aumento dos juros já encarece empréstimos ao consumidor

Os efeitos do ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central, que desde abril já realizou três altas dos juros, começaram a aparecer para o consumidor, segundo dados divulgados ontem pela autoridade monetária. Em junho, a taxa média cobrada nas operações em que os bancos são livres para definir o juro aplicado foi de 26,5%, alta de 0,7 ponto percentual ante o mês anterior. Em maio, ela recuara.
Houve alta no juro médio cobrado de consumidores e de empresas. Aumentou também a taxa com recursos direcionados – que incluem os financiamentos concedidos pelo BNDES, o crédito habitacional e o rural. Mesmo com empréstimos mais caros, o calote recuou. A inadimplência média no crédito livre chegou a 5,2%, o menor patamar desde agosto de 2011. A redução ante maio foi de 0,3 ponto percentual, maior queda da série, iniciada em março de 2011. Para o BC, a redução da inadimplência é consequência do alongamento dos prazos dos financiamentos e da mudança na política dos bancos, que passaram a exigir mais garantias dos tomadores.
"Tivemos períodos em que a parcela inicial de pagamento era baixíssima. A pessoa conseguia empréstimo sem aportar quase nenhum recurso e, ao ficar inadimplente, perdia muito pouco. Agora não. Isso ajuda a segurar a inadimplência", afirmou Tulio Maciel, chefe do departamento econômico do BC.