Estrangeiros superam artilheiros nativos

O mesmo Brasil que já produziu atacantes como Romário e Ronaldo vê o domínio de estrangeiros na tabela de artilheiros em seu próprio campeonato nacional e uma seca de goleadores na Europa, centro do futebol mundial.
Após sete rodadas da Série A do Brasileiro, dois gringos ocupam o topo da tabela de artilheiros: o argentino Maxi Biancucchi, do Vitória, tem seis gols, enquanto o uruguaio Diego Forlán, do Internacional, anotou cinco.
Forlán marcou dois no final de semana, contra o Fluminense de Fred, titular da seleção, enquanto Biancucchi, primo do craque Messi, fez dois contra o São Paulo.
O único estrangeiro a conseguir o feito de ser artilheiro do Nacional foi o uruguaio Pedro Rocha, em 1972, atuando pelo São Paulo. Fez 17 gols e ficou empatado com Dadá Maravilha, do Atlético-MG.
O holandês Seedorf, do Botafogo, e o chileno Vargas, do Grêmio, com três gols cada, aparecem como outros candidatos a repetir o feito de Pedro Rocha – eles também marcaram no fim de semana.
Os brasileiros mais bem colocados na artilharia do Nacional este ano são Éderson (Atlético-PR), Fernandão (Bahia) e William (Ponte Preta), todos com quatro gols.
Na Europa, a situação é igualmente desconfortável para os brasileiros. Dentre os dez melhores campeonatos do continente, o Brasil não teve artilheiro isolado.
Wanderson, do Krasnodar, da Rússia, terminou o campeonato local com 13 gols, ao lado do armênio Yura Movsisyan, do Spartak Moscou. Foi o único brasileiro artilheiro na Europa, mas em liga de menor expressão.
Na Espanha, enquanto o argentino Lionel Messi terminou o nacional com 46 gols, o melhor brasileiro foi Jonas, do Valencia, que fez 13.
Dentre esses dez principais campeonatos, o brasileiro que mais marcou foi o atacante Lima, do Benfica, que terminou o Português com 20 gols, seis a menos do que o artilheiro, o colombiano Jackson Martínez, do Porto.
"Eu sinto que estou no melhor momento da minha carreira”, disse.
O atacante Bobô, que já jogou por Corinthians e Cruzeiro, anotou 18 gols pelo Kayserispor, da Turquia, e terminou o campeonato local com seis a menos do que Yilmaz, do Galatasaray.
Jogando num time que não passou da quinta colocação do Campeonato Turco, Bobô concorda que o Brasil não vive um bom momento quando o assunto é atacante.
"Nas temporadas passada e retrasada, você não vê grandes atacantes brasileiros como se via antes na Europa. A safra não está muito boa realmente”, afirmou Bobô, que vê uma luz no fim do túnel para acabar com a seca de artilheiros na Europa.
"A ida de Neymar [para o Barcelona, da Espanha] pode mudar isso”, disse Bobô.
Neymar, porém, terá o parceiro Messi, primo de Maxi, como grande rival.