Brasília diz que não vai tolerar “excessos”

BRASÍLIA – O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) disse ontem que o governo federal apoia as manifestações pacíficas que vêm ocorrendo no país, mas não vai tolerar "excessos" como a tentativa de invasão do Congresso Nacional e o fechamento de ruas e avenidas em diversas cidades do país.
Responsável por dialogar com os manifestantes em nome do governo, Carvalho disse que o Palácio do Planalto monitora a ação da Polícia Militar, em contato constante com os governos estaduais, mas tem a determinação de não concordar com radicalismos.
"Não se invade o Congresso. Não se pode permitir que a Assembleia do Rio seja ocupada. Esse é o limite. Cabe ao governo zelar pela ordem nesse aspecto. A multiplicidade das expressões torna mais complexas as manifestações e revela que há grupos múltiplos, cada um com uma orientação diferente, que se juntam, mas que sua expressão é diversa", afirmou.
Carvalho disse que a força policial entrou em ação, e vai continuar a agir, para controlar atos de violência nas manifestações –como no caso de Brasília, no último sábado, quando os manifestantes teriam tentado impedir a entrada de torcedores no estádio Mané Garrincha para assistir à partida Brasil x Japão pela Copa das Confederações.
"São atos pacíficos, mas no final se jogaram no lago aqui, queimaram pneus no Mané Garrincha, tentaram impedir a entrada de torcedores no estádio. Foi neste momento que a força policial acabou agindo”.
Em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, o ministro admitiu que o governo federal não conseguiu ainda entender as razões das sucessivas manifestações por terem um novo formato, diferentes dos tradicionais protestos do passado –em que havia carros de sons e lideranças identificadas para negociações.