Bolívia garantiu processo rápido e isento a corintianos presos, diz ministro

BRASÍLIA – Um dia após se reunir com autoridades bolivianas, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse ontem que recebeu garantias de que o processo contra os 12 corintianos presos em Oruro será "rápido e isento".
Os torcedores estão presos há quase dois meses desde a morte de um jovem atingido por um sinalizador durante a partida de estreia na fase de grupos da Libertadores entre San José e Corinthians, em Oruro.
Cardozo pediu que as provas sobre o caso que estão sendo produzidas pelos dois países sejam compartilhadas.
"Manifestei o respeito de o governo brasileiro à soberania boliviana, ao Judiciário boliviano", afirmou o ministro. "Obtive a garantia dos membros do governo boliviano de que será um processo decidido com critérios objetivos, a partir de provas. Tive a garantia e a palavra final do governo boliviano de que será um processo isento e não tenho razão de duvidar disso", completou.
Cardozo encontrou-se com procurador-geral da Bolívia, Ramiro Guerrero, e pediu cooperação judiciária. Segundo apurou a Folha de S.Paulo, ele apelou à Convenção de Nassau, que prevê assistência mútua em matéria penal -assinada em 1992, ela foi ratificada pela Bolívia em 2006 e promulgada pelo Brasil em 2008.
A expectativa do ministro é que a Justiça boliviana aceite, entre outros documentos, os antecedentes criminais dos 12 presos e a confissão do adolescente que entregou-se em Guarulhos, dias após a morte de Kevin Espada.
"[As autoridades] garantiram que o processo será rápido, que tomarão todas as medidas para agilizar essa decisão", disse. Também anteontem, em Oruro, os 12 presos voltaram ao estádio Jesus Bermúdez para a uma inspeção ocular -espécie de reconstituição. Os torcedores apontaram onde estavam na hora da tragédia.