Adiamento do júri não prejudica, mas é “frustrante”, diz promotor

O promotor Fernando Pereira da Silva, responsável pela acusação no julgamento sobre o Massacre do Carandiru, afirmou que o adiamento do júri é frustrante. "O adiamento não prejudica o trabalho do Ministério Público, mas é uma frustração", afirmou ele na saída do Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.
O julgamento de 26 policiais militares acusados pelas mortes de 111 presos após uma rebelião ocorrida em 1992 na penitenciária foi adiado para a próxima segunda-feira após uma jurada passar mal, momentos de depois do início do julgamento. "[O adiamento] foge de qualquer uma das partes", afirmou o promotor.
A advogada dos réus, Ieda Ribeiro de Souza, disse ao sair do fórum que estuda entrar com um pedido para que os nomes de seus clientes sejam omitidos pelo Tribunal de Justiça. O órgão afirma que apenas os endereços e locais de trabalho dos réus estão sendo omitidos.
"É uma questão de segurança, em virtude, inclusive, de ataques que sofremos desde o ano passado", disse, sem detalhar quais seriam os ataques. Ao todo, 84 policiais são acusados pelas mortes no presídio do Carandiru. O júri, porém, foi dissolvido, o que fez com que apenas 26 deles fossem julgados nessa etapa.