Ditador da Coreia do Norte aumentou a produção de armas
A KCTV emitiu um documentário sobre uma reunião de trabalhadores da indústria de armas presidida por Kim em 17 de março, quando o líder pediu a eles que "garantissem a qualidade de nossa artilharia e projéteis para assegurar um rápido ataque preventivo contra nossos inimigos".
O jovem líder, cuja idade é estimada entre 29 e 30 anos, expôs durante seu discurso, publicado pela agência sul-coreana Yonhap, que "uma vez que exploda a guerra", será preciso destruir as posições militares e as instituições governamentais primordiais dos inimigos "com um ataque rápido e repentino".
Kim também assinalou que os inimigos da Coreia do Norte estão se preparando para a guerra, o que exige ainda mais a produção de uma artilharia de qualidade por parte de Pyongyang.
No documentário, o líder aparece acompanhado por Pak To-chun, secretário da indústria militar do Partido dos Trabalhadores, principal órgão político do regime comunista norte-coreano e seu principal pilar junto ao poderoso Exército Popular.
Em 26 de março, o Exército da Coreia do Norte assegurou ter colocado mísseis e unidades de artilharia "em posição de combate" com o ponto de mira nos EUA e na Coreia do Sul, como parte de uma campanha de atos hostis e ameaças de guerra que se prolongou até os últimos dias.
O último capítulo da ofensiva retórica belicista norte-coreana aconteceu sexta-feira, quando o regime recomendou a evacuação dos funcionários de todas as embaixadas de países estrangeiros credenciadas em Pyongyang sob o argumento de que não pode garantir sua segurança.
MOVIMENTOS – De acordo com fontes sul-coreanas, a Coreia do Norte carregou em plataformas de lançamento móveis dois mísseis de alcance intermediário e os escondeu em algum ponto no litoral leste do país, o que pode ser o indício de um iminente teste de mísseis de Pyongyang.
"No início desta semana, a Coreia do Norte transferiu de trem dois mísseis Musudan e os colocou em plataformas de lançamento móveis" no litoral do Mar do Leste (Mar do Japão), indicou um alto oficial do Exército sul-coreano à agência local Yonhap.
O movimento de Pyongyang, detalhou a fonte, é visto como uma tentativa de lançar mísseis de surpresa, uma vez que não está claro se os projéteis serão utilizados em um teste de disparo ou em manobras militares.
Países descartam retirada de diplomatas
mesmo com alerta de regime da Coreia
A maioria dos 24 países que têm embaixadas na Coreia do Sul decidiu manter os diplomatas no país mesmo após Pyongyang dizer que não vai garantir a segurança dos representantes internacionais após a próxima quarta. Dentre eles, está o Brasil.
A recomendação de retirar os embaixadores foi feita em meio ao aumento da retórica belicista do regime de Kim Jong-un contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul. As demonstrações militares dos norte-coreanos são uma represália ao aumento das sanções da ONU devido a um teste com uma bomba atômica em fevereiro.
Grande parte dos países notificados vê a retirada como uma estratégia do país comunista para aumentar a tensão na península coreana, assim como analistas de geopolítica. A tática seria uma forma de afirmação do novo ditador, que assumiu em 2011, dentro do país e no exterior.
Sexta-feira foi a vez da Alemanha decidir que vai permanecer no país. O ministro das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, pediu que a Coreia do Norte cumpra com as obrigações internacionais e mantenha a segurança nas embaixadas no país e também condenou o regime comunista pelas ameaças à Coreia do Sul.
"Os cenários de ameaças e retórica bélica lançadas desde Pyongyang são inaceitáveis e colocam em perigo a estabilidade de toda a região", disse o ministro, em comunicado, em que também disse que pretende analisar a situação no país nos próximos dias.
O Itamaraty informou que manterá ainda os diplomatas brasileiros em Pyongyang, embora esteja avaliando a possibilidade de retirada.
"Seguimos com preocupação a escalada retórica na península coreana. Estamos em permanente contato com nosso embaixador, Roberto Colin, e avaliaremos quais são exatamente as condições antes de tomarmos uma decisão sobre sua permanência ou outra alternativa", disse o chanceler Antonio Patriota.
O Brasil mantém o embaixador Colin e dois funcionários em Pyongyang. Além deles, outros quatro brasileiros moram na Coreia do Norte -a mulher e o filho do embaixador e a embaixatriz palestina e sua filha, que estão em férias no Brasil. Mesmo em caso de retirada, as duas últimas seriam levadas pela delegação palestina.