Evento com colaboradores celebra os 50 anos da Cocamar

Na manhã desta quarta-feira, a Cocamar reuniu centenas de colaboradores de Maringá antes do horário de expediente, no salão social da Associação Cocamar, para celebrar o aniversário de 50 anos da cooperativa, celebrado neste dia 27.
No programa, após um café, foi apresentado o novo vídeo institucional e o comercial de aniversário que começa a ser exibido em emissoras de televisão, além de os dirigentes fazerem o corte de um bolo.
Com um pronunciamento emocionado, o presidente Luiz Lourenço relatou a trajetória da cooperativa desde quando a conheceu, ao ser admitido no início de 1972 para a função de assistente operacional. Entre os colaboradores mais antigos, Lourenço fez também um reconhecimento à participação de pessoas que, ao longo das décadas, contribuíram para o sucesso da organização.
O presidente destacou ainda a importância do trabalho dos colaboradores na história dos 50 anos, na superação dos desafios e na conquista de metas futuras. “A Cocamar é feita a cada dia com a participação dos cooperados e o comprometimento de sua equipe de colaboradores”, frisou.
Depois de faturar R$ 2,360 bilhões em 2012 – 17% a mais que em 2011 -, a cooperativa planeja chegar aos R$ 2,5 bilhões este ano e, até 2015, ultrapassar R$ 3 bilhões. São 11,4 mil cooperados, produtores de soja, milho, trigo, café e laranja, servidos por uma rede de 54 unidades operacionais nas regiões norte e noroeste do Estado. A Cocamar detém um dos mais diversificados parques industriais do cooperativismo brasileiro, em Maringá, com 16 plantas.

O surgimento em 1963, em meio à crise do café
A criação de um sistema cooperativista no país foi arquitetada no início dos anos 1960 pelo governo federal, por meio do antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC) e do Banco do Brasil. O governo acreditava que, com as cooperativas, conseguiria organizar a produção cafeeira e, ao mesmo tempo, fazer com que os produtores, bastante endividados, pagassem o que deviam ao banco.
Entre 1963 e 1965, Aloysio Gomes Carneiro foi o primeiro executivo da Cocamar. Aos 90 anos e morando atualmente em Varginha (MG), ele lembra que as safras de café eram grandes e o produto valia pouco. “Antes, o café nem tinha preço e os intermediários faziam a festa, pagando qualquer coisa e explorando o agricultor. Depois, a cooperativa foi botando ordem na casa”.
“A Cocamar, assim como outras cooperativas, surgiram em função de uma crise muito séria”, acrescenta. (Flamma)

Do café para o algodão
Em 1965, ministro “escapa” de reunião com dirigentes da cooperativa para atender telefonema do presidente e chefe de gabinete é quem arranja empréstimo salvador.
Dois anos após ser fundada, a cooperativa quase fechou as portas porque não havia como sobreviver apenas do café – atividade invariavelmente em crise. Para evitar a liquidação da entidade, uma grande operação foi realizada, envolvendo o IBC e o Banco do Brasil, que forçaram a destituição da primeira diretoria liderada por Arthur Braga Rodrigues Pires, um cafeicultor carioca que, após sair de Maringá, foi ser presidente do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro.
EMPRÉSTIMO SALVADOR – No lugar dele, entraram o agrônomo José Cassiano Gomes dos Reis Júnior, na função de presidente, e o advogado Constâncio Pereira Dias, diretor-gerente. Eles deveriam parar tudo ou enfrentar o desafio de salvar a cooperativa. Uma das primeiras medidas foi contar com o providencial apoio do presidente do antigo Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC), José Pires de Almeida, que ajudou os dirigentes a conseguirem uma audiência na apertada agenda do poderoso ministro da Fazenda, Roberto Campos. O objetivo era obter um empréstimo salvador, pouco provável, mas que acabou viabilizado porque, durante a audiência, Campos recebeu um telefonema do presidente da República e, para escapulir da reunião, pediu que seu chefe de gabinete resolvesse tudo. Depois, o mesmo José Pires de Almeida confiou no “fio de bigode” de Cassiano e arranjou dinheiro para que a entidade adquirisse uma máquina velha de beneficiar algodão. Foi o pulo do gato. Graças a essa pequena estrutura, a Cocamar pagou tudo o que devia e organizou-se para, na década de 1970, investir no recebimento e industrialização de soja. Daí, não parou mais de crescer. (Flamma)