Clube recorre contra punição e cita inquérito inacabado

SÃO PAULO, SP – O Corinthians apresentou ontem à tarde um recurso à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para evitar que jogue com portões fechados na Libertadores. Anteontem à noite, a entidade que dirige o futebol sul-americano determinou, de forma cautelar, que o clube paulista jogue sem a presença de torcedores no torneio. O próximo jogo está marcado para quarta-feira contra o Millonarios, no Pacaembu. O Corinthians qualificou a medida da Conmebol como "excessiva e abusiva" e usa como defesa o inquérito policial que ainda não chegou ao fim. A polícia boliviana ainda não determinou o autor do disparo do sinalizador que matou um torcedor do San José. "Vamos usar todos os meios jurídicos e legais possíveis para tentar reverter a liminar. A primeira defesa é para atacar a liminar, que nos proíbe de jogar no Pacaembu. É um fato isolado. O torcedor entrou sem ser revistado e com um sinalizador. O Corinthians realmente não pode ser punido por isso", disse, mais cedo, o diretor jurídico do Corinthians Alberto Bussab em entrevista à rádio Jovem Pan. A entidade decidiu punir a equipe paulista em virtude da morte do torcedor Kevin Beltrán, 14, no empate de 1 a 1 com o San José, anteontem, em Oruro. O jovem morreu após ser atingido por um sinalizador que, segundo a polícia, foi disparado pela torcida corintiana. Doze torcedores estão detidos. Ontem, um juiz boliviano decretou manter presos na cidade de Oruro os 12 torcedores corintianos indiciados pela morte de Kevin. O clube já havia vendido todos os ingressos para o confronto contra o Millonarios. Se não conseguir uma liminar, terá que devolver o dinheiro dos bilhetes vendidos.