Ataque final na Argélia deixa mais 18 mortos

O ataque final do Exército da Argélia a um complexo de exploração de gás no Sudeste do país resultou na morte de sete reféns que haviam sido capturados por militantes islamistas.
Em seguida, as forças de segurança executaram os 11 sequestradores, de acordo com as informações da agência estatal de notícias do país.
"Agora acabou, o sequestro está acabado. Os militares já estão dentro do complexo fazendo a limpeza das minas", disse à agência Reuters uma fonte não identificada ligada à operação.
No começo do dia de ontem, as forças especiais do Exército argelino encontraram 15 corpos carbonizados dentro do complexo. Não está claro como os corpos foram queimados, mas os esforços para identificar os cadáveres estão sendo tomados.
Na quarta, os militantes da brigada "Signatários por Sangue" – que se diz ligada à Al Qaeda- fizeram no local mais de 40 pessoas reféns de várias nacionalidades.
Os sequestradores amarraram explosivos em reféns dentro do campo de gás. As informações da agência estatal de notícias não esclarecem se existem reféns ou militantes ainda vivos.
A tomada do campo de exploração de petróleo, segundo o grupo de militantes, foi uma retaliação à intervenção francesa no Mali.
Autoridades da Argélia estimam que cerca de 30 militantes ocuparam o campo de In Amenas, a 1.300 km ao sul da capital do país, Argel.
ESTRANGEIROS – Um argelino que havia escapado do complexo de gás durante uma operação de resgate do Exército disse que os sequestradores eram estrangeiros e que portavam metralhadoras AK-47 e lança-granadas.
"Pelos sotaques, suponho que um deles seja egípcio, um tunisiano, um argelino e um falava inglês ou outra língua estrangeira", disse Iba El Haza, que trabalhava como motorista no complexo, administrado por uma joint venture entre a Sonatrach (a estatal de petróleo da Argélia), a norueguesa Statoil e a BP.
O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, disse ontem que a maioria dos britânicos feitos reféns na Argélia estão a salvo. Menos de dez, no entanto, ainda têm paradeiro desconhecido. Hague disse que, apesar do número reduzido, é preciso "se preparar para más notícias".
CRÍTICAS – A intervenção do Exército argelino no campo de gás, iniciada na quinta-feira, provocou críticas de vários países, como o Reino Unido e o Japão. Tóquio convocou anteontem o embaixador argelino para pedir explicações.