Quem foi São Sebastião

São Sebastião nasceu em Narvonne (França), no final do século III (viveu do ano 256 a 286) e desde muito cedo seus pais se mudaram para Milão (Itália), onde ele cresceu e foi educado na piedade e na fé cristã. Adulto, alistou-se como militar nas legiões do imperador Diocleciano, que até então ignorava o fato de Sebastião ser um cristão de coração. A figura imponente, a prudência e a bravura do jovem militar tanto agradaram ao Imperador, que este o nomeou comandante de sua guarda pessoal. Nessa destacada posição, Sebastião se tornou o grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma naquele tempo. Visitava com frequência as pobres vítimas do ódio pagão, e, com palavras de dádiva, consolava e animava os candidatos ao martírio.
Enquanto o Imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão. O Imperador, enraivecido ante os sólidos argumentos daquele cristão autêntico e decidido, deu ordem aos seus soldados para que o matassem a flechadas. Tal ordem foi imediatamente cumprida: num descampado, os soldados o despiram, amarraram-no a um tronco de árvore e atiraram nele uma chuva de flechas. Depois o abandonaram para que sangrasse até à morte.
A reprodução do martírio de São Sebastião, amarrado a uma árvore e atravessado por flechas, é uma imagem milhares de vezes retratada em quadros, pinturas e esculturas, por artistas de todos os tempos. Entretanto, nem todos sabem que o destemido Santo não morreu daquela maneira. O suplício das flechas não lhe tirou a vida, resguardada pela fé em Cristo.
À noite, Irene (Santa Irene), mulher do mártir Castulo, foi com algumas amigas ao lugar da execução para tirar o corpo de Sebastião e lhe dar sepultura. Com assombro, comprovaram que ainda estava vivo. Desamarraram-no, e Irene o escondeu em sua casa, cuidando de suas feridas. Passado um tempo, já restabelecido, São Sebastião quis continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo ao imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos acusados de inimigos do Estado. Diocleciano ignorou os pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir os cristãos, e ordenou que ele fosse espancado até à morte com pauladas e golpes de bolas de chumbo. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, jogaram-no no esgoto público de Roma. Uma piedosa mulher, Luciana, depois sagrada santa, sepultou-o nas catacumbas ao lado de São Pedro e São Paulo. Assim aconteceu em 20 de janeiro no ano de 286 depois de Cristo. Mais tarde suas relíquias foram solenemente transportadas para a Basílica de São Paulo Fora dos Muros, construída pelo imperador Constantino, em Roma, onde se encontram até hoje. Naquela ocasião, uma terrível peste assolava Roma, vitimando muitas pessoas. Entretanto, tal epidemia simplesmente desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais desse mártir, que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra. As cidades de Milão, em 1575, e Lisboa, em 1599, acometidas por pestes epidêmicas, viram-se livres desses males, após atos públicos suplicando a intercessão deste grande santo.
No Brasil, a festa de São Sebastião é celebrada oficialmente no dia 20 de janeiro. Diz a tradição que no dia da festa do padroeiro, em 1565, ocorreu a batalha final que expulsou os franceses que ocupavam a cidade do Rio de Janeiro, quando São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os invasores franceses calvinistas.
O mártir São Sebastião é o protetor da Humanidade contra a fome, a peste, os presos e as pessoas feridas e com doenças contagiosas e padroeiro dos arqueiros, soldados, infantaria e atletas. É também padroeiro de 200 cidades e mais de 300 paróquias brasileiras.