Tite exalta torcida que acompanhou time no Japão

Cássio foi o melhor jogador. Guerrero fez o gol do título. Mas foi a torcida a personagem do Mundial, reconhecida por Tite em sua primeira fase na entrevista.

"Primeiro, o troféu é uma retribuição a todo torcedor corintiano pelo carinho que ele deu para a equipe."

A terceira invasão, parte 2 -o primeiro capítulo foi em Nagoya-, foi uma história à parte no torneio. Nem o Barcelona com Messi nem Manchester United com Cristiano Ronaldo arregimentaram tantos torcedores de seus países.

O público anunciado foi de 68.275 espectadores, cerca de 4.000 a menos do que a capacidade oficial. O animado presidente Mário Gobbi contou 50 mil corintianos – não há números oficiais.

A maioria presente na arena era de autênticos torcedores do time. Mas nem todos.

"Torço para o São Paulo, mas hoje vou torcer para o Corinthians com meu marido, que é corintiano roxo", disse Ana Paula Costa Cruz, que reside em Sydney após sair da zona leste de São Paulo.

Dentro do estádio, o clima foi de Pacaembu, com faixas de todos os cantos do país, passando por Itaquera, Tucuruvi, Taubaté, Pindamonhangaba, Americana, Curitiba, Espírito Santo etc.

A torcida corintiana engoliu o estádio de Yokohama, ecoando sem parar durante todos os 90 minutos.

Cerca de mil torcedores do Chelsea (os verdadeiros) até tentaram cantar no começo do jogo. Foram abafados.

O "mar azul" do lado inglês era de silenciosos japoneses.

Quase não se ouviram as palmas no minuto 16. Tradicional protesto contra o treinador Rafael Benítez, contratado no lugar de Roberto di Matteo, que usava esse número quando era jogador.

Deve ter sido o único momento em que o espanhol gostou da torcida corintiana.

Com o jogo perto do fim, sinalizadores foram acesos no meio da Gaviões da Fiel. A organização tentava parar o ímpeto do corintiano com avisos no telão: "É estritamente proibido o uso de sinalizadores ou fogos de artifício".