Cartola palmeirense tenta recuperar sua imagem

Arnaldo Tirone ainda não anunciou se será candidato à reeleição em janeiro, mas já iniciou a tentativa de recuperar sua imagem desgastada.
Dois dias após o rebaixamento do Palmeiras para a Série B, o presidente deu entrevista coletiva com mais de uma hora de duração. E gastou a maior parte do tempo para defender seu mandato.
O mandatário falou que se desgastou muito nos dois anos que esteve à frente do clube e enumerou aqueles que considera os pontos positivos de sua gestão.
"Peguei um clube que tinha 75% das receitas comprometidas. Renegociamos a dívida, ganhamos o título da Copa do Brasil, levamos o time para a Libertadores e temos um ídolo. Se o Santos tem o Neymar. O Palmeiras tem o Barcos", disse Tirone.
O presidente citou seu pai, também chamado Arnaldo Tirone, dirigente do clube nos anos 1960 e 1970, como exemplo do desgaste que cartolas sofrem, independente da qualidade de seus trabalhos.
"Tudo vale a pena quando você tem amor, e eu amo o Palmeiras. Meu pai ganhou 11 títulos e foi xingado, acabaram com o carro dele no Parque Antarctica", disse.
Entre as críticas das quais Tirone se defendeu está o mal-estar que uma foto sua na praia do Leblon, no Rio, tirada anteontem, um dia após o descenso, provocou.
O cartola voltou a afirmar que tem o direito de levar uma vida normal e que estava na cidade a trabalho. Também contou que essa não foi a única vez que correu para o mar atrás de consolo.
"Recentemente, teve um domingo que o Palmeiras folgava e que fui para o Guarujá dar um mergulho. Precisava disso para pensar melhor".
Seu futuro, e também o do Palmeiras, ficou em segundo plano na entrevista, mas não chegou a ser ignorado.
Sobre o time, Tirone defendeu a permanência do técnico Gilson Kleina, com contrato até 2013, confirmou a contratação do lateral direito Ayrton, do Coritiba, e disse que o Palmeiras manterá só os jogadores que estiverem motivados para a Série B.
"Queremos jogadores como Barcos, Marcos Assunção e Henrique", afirmou.
Já sua participação na eleição presidencial de 21 de janeiro foi mantida em dúvida.
"Tenho tido brigas com amigos antigos, com filhos. Mas isso não vai me abater", afirmou Tirone.