Primeiro parlamentar do PPL toma posse

Criado no ano passado, o PPL (Partido da Pátria Livre) conseguiu ontem empossar o seu primeiro representante no Congresso Nacional. Suplente do senador Vicentinho Alves (PR-TO), o advogado João Costa (PPL-TO) assumiu o mandato no Senado com o pedido de afastamento do titular – que tomou posse em uma secretaria do governo do Tocantins. Com a posse de Costa, chega a 20 o número de suplentes que estão no exercício do mandato no Senado. O número representa 24,5% do total de senadores, quase um quarto dos integrantes da Casa. Os suplentes de senadores não recebem nenhum voto. São indicados diretamente pelos titulares para as suas chapas. Apesar de chegar ao Senado sem ser eleito diretamente pela população, Costa considera ser legítima a sua posse. "O eleitor votou no titular e, em seguida, apareceu o suplente. Eles viram a foto na urna e tiveram que confirmar. Um suplente tem tanta legitimidade quanto tem o próprio titular", afirmou. Em seu discurso de posse, Costa citou o cantor Oswaldo Montenegro ao pedir que a "força do medo" não lhe "tape os ouvidos e a boca". Também pediu que o "imaculado coração de Maria" ajude o povo brasileiro a não se intimidar diante dos desafios e citou um trecho da bíblia ao afirmar que o "ser humano que estiver no útero materno deve ser protegido como se estivesse entre nós". Costa disse ser de origem católica, mas negou que o partido tenha qualquer vínculo religioso. A bandeira do PPL, segundo o senador, é o nacionalismo. "Nosso objetivo é valorizar o Brasil e as empresas, diminuir os juros e fomentar a atividade nacional", afirmou. A sigla é aliada da presidente Dilma Rousseff e Costa disse que vai votar em favor de projetos do governo federal. Advogado, o novo parlamentar afirmou no discurso de posse que conseguiu "crescer com as dificuldades" e se fortalecer com os elogios que recebeu. PPL – O novo partido tem como origem de sua sigla o MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), grupo armado que combateu a ditadura militar (1964-1985), mas que, nas últimas décadas, caracterizou-se por ser um braço do quercismo, do ex-governador Orestes Quércia, morto no ano passado. O presidente da legenda, Sérgio Rubens Torres, participou do sequestro do embaixador Charles Elbrick em 1969 e, até três anos atrás, apresentava-se com secretário-geral do MR-8. Segundo Costa, o PPL elegeu mais de 170 vereadores nas eleições municipais deste ano, além de pelo menos 12 prefeitos.