Inquérito já ouviu dez testemunhas

O inquérito que apura a morte da líder de acampamento de trabalhadores rurais, Maria Cristina da Silva, 50 anos, ocorrida em Querência do Norte na noite de 23 de novembro, já ouviu dez pessoas. Porém, essas testemunhas pouco acrescentaram em relação a possíveis envolvimentos.
A Polícia Civil já tem o depoimento do acusado de ter atirado na mulher. Ele confirmou o disparo, mas alega que foi acidental. Como fugiu do flagrante e se apresentou espontaneamente, segue respondendo pelo crime em liberdade.
O delegado de Loanda, Luciano Dias, é o responsável pelas investigações. Ele não descarta outras possibilidades, mas, antecipa que a principal hipótese é mesmo de disputa de terras.
Essa linha vai ao encontro do que foi dito por familiares da vítima e também pelo próprio acusado. A família diz que a mulher era a líder do acampamento ligado ao Movimento de Luta Pela Terra (MLT) e morreu porque resistia em transferir esse grupo para outro movimento, o MST, como reivindicava o homem acusado da morte.
Já o acusado diz que foi dado um prazo para os “invasores” saírem da propriedade, pois a terra já estaria ocupada por outras famílias. Nesta linha, ele e o grupo que foram à fazenda na noite do crime, queriam fazer a “desocupação”, ainda assim, alega, o tiro foi acidental.
O intitulado pelo MLT como Acampamento 19 de Fevereiro, fica na Fazenda São Francisco, Distrito de Icatu, em Querência do Norte. O município tem um histórico de lutas envolvendo a posse de terras, inclusive com conflitos entre seguranças e integrantes de movimentos, alguns culminando em mortes.