Após polêmica com bilhete, ministra aposta no diálogo com congressistas

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou ontem no Rio que aposta no diálogo com o Congresso Nacional para aprovação da MP (medida provisória) sobre o Código Florestal.
Quarta-feira, integrantes de comissão mista do Congresso aprovaram relatório da MP com mudanças que reduzem o tamanho da área de recomposição de áreas desmatadas ilegalmente na beira dos rios.
A aprovação foi parte de um acordo segundo o qual o texto não sofreria novas alterações nos plenários da Câmara e do Senado, por onde ainda precisa passar até o próximo dia 8 de outubro –quando perde validade. No entanto, o governo negou a realização do acordo.
Um bilhete enviado pela presidente Dilma Rousseff às ministras Izabella e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) evidenciou a divergência e revoltou integrantes da bancada ruralista, que agora ameaçam dificultar a aprovação da MP.
"Não foi o governo que cedeu. O acordo foi feito por parlamentares da base do governo, não com o governo. Não sei se a base está desafinada com o governo. Simplesmente houve um esforço da base do governo, ou de parte dela, em preservar a MP. Agora a medida vai para plenário e nós contamos com o diálogo do Congresso Nacional", disse a ministra.
A MP foi enviada ao Legislativo pela presidente como um complemento aos vetos feitos por ela ao projeto do novo código. Mas, no bilhete, Dilma afirmou: "Por que os jornais estão dizendo que houve um acordo anteontem no Congresso sobre o Código Florestal e eu não sei de nada?".
Izabella também deu indicativos de que caso o diálogo não funcione, a MP poderá sofrer alterações pelo Executivo. "Quando a MP voltar ao Executivo para sanção da presidente, o governo deverá se reunir e analisar o texto. A presidente foi enfática anteontem. A posição é de governo, não é de ministro A ou B", disse.
A ministra participou no Rio da assinatura de um acordo de cooperação técnica com o governo estadual que prevê ações conjuntas de apoio à regularização ambiental de propriedades fluminenses. O ministério vai gerar a integração do Sicar (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural) com o sistema estadual. Outros Estados também terão o convênio feito.