Indenizações do DPVAT subiram 31% no primeiro semestre
O pagamento de indenizações pelo DPVAT, seguro obrigatório concedido às vítimas de trânsito no país, subiu 31% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado. Foram pagas no período 216,1 mil indenizações para acidentes que geraram mortes, invalidez permanente ou despesas médicas para as vítimas.
Os números são da seguradora Líder-DPVAT, que é a administradora do seguro no país, e dão, em certa medida, um panorama da quantidade de acidentes de trânsito na primeira metade do ano. Os números podem carregar alguma distorção, já que quem sofre um acidente tem até três anos para solicitar o seguro.
Em muitos estados o DPVAT é cobrado junto com o IPVA. Qualquer vítima de acidente pode solicitar gratuitamente a indenização.
Para vítimas fatais, foram pagas 29,7 mil indenizações de janeiro a junho, alta de 11% no período. As mortes representaram 14% do total ocorrido no período.
O pagamento às vítimas que tiveram invalidez permanente somaram 142,9 mil, alta de 33%. O volume representou 66% do total.
Para acidentes que, mesmo sem mortes ou invalidez, geraram despesas com tratamentos médicos, o número atingiu 41,3 mil, avanço de 41%. Esse tipo de ocorrência representou 41% do total.
"É natural que, devido ao crescimento da população, a melhor distribuição de renda e o acesso facilitado ao crédito, haja um aumento da frota no Brasil, que contribui para a ocorrência de mais acidentes de trânsito. De qualquer forma estamos falando de vidas que são perdidas. Só nesse ano foram pelo menos 29 mil vítimas fatais, cujas famílias receberam indenização. Isso é muito", afirmou o diretor presidente da Líder-DPVAT, Ricardo Xavier, durante coletiva no Rio de Janeiro.
De acordo com Xavier, o aumento das indenizações é, sim, reflexo do aumento de acidentes de trânsito. "Isso, no final das contas, onera o sistema público de saúde. É preciso mais campanhas de conscientização e investimentos em infraestrutura também", disse.
Para acidentes com mortes, o seguro paga R$ 13,5 mil para os herdeiros da vítima. Para invalidez, o valor pode chegar até R$ 13,5 mil, dependendo da gravidade do problema. Para despesas médicas, o seguro atinge até R$ 2,7 mil.
Motocicletas – Segundo os dados, as motocicletas foram as maiores vilãs do período. Do total das indenizações, 69% foram decorrentes de acidentes com esse tipo de veículo. Carros responderam por 25%, caminhões por 4%, e ônibus, 2%.
O motorista foi o mais indenizado, com 59% dos recursos, seguido por pedestres (24%) e passageiros (17%). Vítimas entre 25 e 34 anos foram a maioria. (Por Lucas Vettorazzo, da Folhapress)