Presidente do River afirma: “Basta do papelão”
BUENOS AIRES – A Conmebol analisa ontem o pedido do Boca Juniors de punição ao rival pelos incidentes na final da Copa Libertadores. O presidente do River Plate detonou as atitudes de seu adversário.
“Está claro que não querem jogar”, disse Rodolfo D’Onofrio em entrevista coletiva. “Peço encarecidamente, se o presidente do Boca estiver assistindo: pare com isso. Deixe de apresentar papéis. Venha jogar. Joguemos a partida. Não inventemos. Você assinou comigo, me deu sua palavra. Ao presidente da Conmebol e a mim”, completou.
O mandatário do River Plate disparou palavras duras em direção ao presidente do Boca, Daniel Angelici.
“Ele não teve respeito com o presidente da Conmebol, comigo, com o River. Assinamos um papel que era para postergar a partida em 24 horas, para que se jogasse às 17h do domingo. Foi perguntado a ele diante de mim e do presidente da Conmebol, se eles podiam jogar. Respondeu que sim. ‘Veremos amanhã e então jogamos’”, contou.
Para D’Onofrio, o River Plate não quis ter nenhuma vantagem esportiva e concordou com todos os pedidos do rival, mas acabou sendo surpreendido. “Nunca pensei que nessa noite (o sábado da final) ele estava escrevendo para pedir os pontos da partida. Faltou com sua palavra. Faltou com o que assinou”, declarou.
O presidente disse ainda que sente “uma dor imensa” por tudo que está acontecendo na final. “Para o River, o sabor da Copa não é mais o mesmo. Pelo menos hoje”, afirmou. “Basta da vergonha, do papelão, o mundo está nos olhando”.
FRACASSO ARGENTINO – Ninguém saiu ganhando. Esse é o sentimento na Argentina com a final da Copa Libertadores entre Boca Juniors e River Plate, que teve seu jogo de volta adiado por um ataque ao ônibus causado pelos torcedores.
Ontem, o jornal esportivo Olé, um dos principais do país, estampou em sua capa: “Perdemos”. Para o veículo, tanto os clubes como a população e os torcedores foram prejudicados pelo episódio que forçou a decisão a ser disputada no exterior, classificando-o como “O Fracasso Argentino”.
Para o jornal, além de ter deixado para trás a oportunidade de viver momentos muito felizes, a Argentina mostrou uma imagem muito negativa a todo o mundo. “Perdeu a possibilidade de viver uma festa por negligencia e incapacidade das forças de segurança e da violência das barras (torcidas argentinas)”.