Na eleição de candidatos únicos a prefeito o desafio é fazer mais de 50% dos votos

Entre as 18 coligações que se reuniram em torno de um único candidato a prefeito em municípios paranaenses, 12 delas registram a parceria de partidos historicamente adversários.
O fato reforça uma característica de eleições em pequenas cidades, que não seguem necessariamente determinações dos comandos estadual ou nacional dos partidos.
Junto com a personalização da política, transparece a intenção de manter a administração municipal próxima ao poder, principalmente o do Executivo estadual.
Dos 18 candidatos, dez tentam a reeleição.
Os 18 candidatos a prefeito de municípios do Estado que são candidatos únicos, chegaram a esta condição por motivos diferentes, desde por falta de nomes com visibilidade nos demais partidos, a desistência de outros possíveis concorrentes ou por alianças que atendem os interesses de todas as legendas.
Mas esses candidatos embora não tenham adversários políticos nas eleições de outubro, terão que vencer eventual rejeição do eleitor a seus nomes e propostas. Para serem eleitos, precisam vencer com mais da metade dos votos válidos.

SALADA DEMOCRÁTICA – Por isso, mesmo não tendo adversários, os candidatos estão fazendo campanhas nas ruas, no estilo da conversa direta e apertos de mão, além de eventuais comícios, como em geral se dá o processo eleitoral nas cidades pequenas.
Não ter concorrentes exige uma votação maior, porque onde há disputa entre três ou mais candidaturas, por exemplo, o prefeito pode ser eleito com cerca de 23% dos votos válidos. Em várias dessas coligações únicas, petistas, tucanos e democratas apoiam o mesmo candidato, o que é praticamente impensável nos plenários da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional, ou no governo do Estado.
Sobre a possível falta de democracia por vários partidos apoiarem um candidato único, há controvérsia. Ao eleitor sempre restará a alternativa de votar em branco, registrando seu protesto. Como nesses casos a candidatura é fruto de entendimento, de diálogo e não de imposição, a situação democrática também se configura.
Mas, a falta de opções de nomes para o eleitor escolher, é vista como uma falha no processo político-eleitoral. Candidatura única não promove a competição, o debate de ideias, de projetos para a cidade e impede que o eleitor se manifeste claramente.