Abam, Simp e pesquisadores estudam maneiras de combater “couro de sapo”
REINALDO SILVA
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Lavouras de mandioca pelo Brasil têm sido atingidas por uma doença conhecida como “couro de sapo”. As raízes atingidas não engrossam, não acumulam amido e se tornam fibrosas, apresentando rachaduras. A redução no rendimento pode chegar a 80%. O teor de amido pode cair até 50%.
A doença existe há anos, mas a disseminação em território nacional preocupa a Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em nível estadual, o Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (Simp) também está mobilizado.
Vice-presidente da Abam, João Eduardo Pasquini afirma que é necessário buscar maneiras de combater a doença, para evitar que as plantações de mandioca sejam comprometidas. Paralelamente, pesquisadores trabalham para desenvolver variedades que sejam resistentes à praga.
Enquanto isso, cabe aos produtores o papel de cuidar das lavouras. “É preciso fazer a seleção criteriosa das ramas e só utilizar aquelas que estiverem em perfeitas condições”, orienta Pasquini. Ele chama a atenção para o fato de a doença se manifestar no nível da raiz, ou seja, os cuidados também devem ser aplicados na hora do arranquio, evitando que a doença se espalhe por toda a plantação.
NOROESTE DO PARANÁ – O vice-presidente da Abam diz que não há informações sobre manifestações da “couro de sapo” em municípios do Noroeste do Paraná. Mesmo assim, por se tratar de uma doença que circula há anos, pode ser que os produtores da região tenham enfrentado ou ainda enfrentem a praga.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Saulo Oliveira, as condições de clima do Noroeste do Paraná e o plantio mecanizado favorecem o desenvolvimento da doença. Sendo assim, ele destaca que é fundamental que os produtores adotem estratégias eficientes de manejo. A mesma orientação vale para outras doenças e pragas, destaca o vice-presidente da Abam.