Crianças e adolescentes do Cecap desenvolvem projeto de robótica
REINALDO SILVA
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Gustavo Araújo tem 14 anos. Alimenta, desde quando era mais novo, o desejo de ser engenheiro de software e trabalhar com programação. Ele se enche de orgulho quando vê o projeto de robótica que ajudou a construir durante as oficinas de Robótica do Centro de Atendimento Especial à Criança e ao Adolescente de Paranavaí (Cecap). “Fico muito satisfeito.”
A maquete reproduz uma paisagem com um vulcão cercado por árvores e uma rodovia. O rio está coberto por barcos. Há casas e até um farol. O cenário foi construído a partir de materiais recicláveis e equipamentos adquiridos pelo Cecap. O trabalho levou três meses para ser concluído e envolveu mais de 80 crianças e adolescentes.
Os investimentos feitos pelo Cecap para comprar parte dos itens que compõem a maquete foram possíveis graças aos recursos destinados à entidade a partir da destinação do Imposto de Renda e ao termo de colaboração com a Prefeitura de Paranavaí.
Toda a programação elétrica foi desenvolvida pelos estudantes, sob a coordenação do instrutor Vander da Silva Gonçalves. Ele ensinou como sincronizar a iluminação pública e o semáforo dispostos ao redor da pista. Mostrou como manter as luzes das casas e do farol acesas. Ajudou em cada detalhe.
Mas não trabalhou sozinho. Instrutores de outras oficinas e educadores do Cecap também tiveram participação na construção do projeto. De acordo com Gonçalves, o trabalho em equipe foi essencial para o resultado final.
Diretora do Ceap, Líria Balestieri também fez questão de ressaltar a importância da participação de todos não somente em relação ao aspecto técnico, mas na construção das relações interpessoais. “Trabalhos assim favorecem a integração e estimulam a sensação de ser e pertencer a grupos.”
Mais do que isso, despertam o interesse de meninos e meninas para conhecimentos que vão além dos conteúdos aprendidos durante o ensino regular. “Não oferecemos formação profissional, mas os colocamos em contato com a ciência e a arte. Ajudamos a sonhar com o que é diferente da rotina de aprendizagem da escola”, afirmou Líria.
De acordo com o instrutor da oficina de Robótica, os projetos desenvolvidos dentro do Cecap possibilitam aos estudantes o contato, na prática, com o que aprendem em sala de aula.
E foi todo esse estímulo que levou Gustavo Araújo, citado no início desta matéria, a fortalecer o sonho de infância, que é ser engenheiro de software. “Gosto muito de fazer isso. A oficina fez meu interesse crescer.” A certeza da realização dá esperanças para o adolescente.