Profissão: Paranavaiense Nego se considera “um peão moderno”
Paranavaí terá 6 cowboys competindo nas montarias em touros e cavalos, que começam hoje na Exposição. Wesley Pires Orlando, o Nego, de 30 anos, é um deles, que conta sua história – começou a montar em touros no fundo do Parque de Exposições de Paranavaí. As montarias eram uma brincadeira, mas essa brincadeira lhe despertou o desejo de participar das competições, de sonhar em virar um peão de rodeio.
Mas Nego, que já participou de diversos rodeios em Paranavaí, tem uma profissão definida fora da arena. É técnico em informática, por isso se considera “um peão moderno”, pelo menos é o que dizem seus amigos de rodeio.
O cowboy paranavaiense disse em entrevista ao Diário do Noroeste que começou a montar aos 15 anos, e com 19 se tornou profissional. Já disputou centenas de rodeios pelo Brasil, afirma.
“Em 2018, tive uma contusão no joelho que me afastou de muitas competições, só montei aqui e em Terra Rica. Foquei mais na minha vida profissional e me dediquei mais à família”, disse o peão, que já ganhou duas motos e “uma boa quantia em dinheiro”. Foi campeão em Jaboti (PR) e finalista em Ji Paraná (RO), Ariquemes (RO), Lá Paloma (Paraguai) e em outras competições.
“O maior troféu para o peão é a fivela. O dinheiro você gasta, o troféu fica na estante, mas a fivela você a carrega nas competições, é motivo de orgulho para o peão ter uma”, revela o paranavaiense. Segundo ele, as fivelas mais cobiçadas são as de festas em Paranavaí, Colorado e Barretos.
Para participar das competições, há gastos com viagens, estadias. No seu caso, Nego conta com o patrocínio da loja Radade, de Nova Esperança.
Ele diz ter montado “em touros famosos”, como o ´Impossível´, além do ´Copenhagen´ e o ´Malibu´. Hoje em dia os mais difíceis estão sendo Bipolar e Rei da Safra, quem valem muito dinheiro para quem ficar em cima deles.
Seus treinos acontecem com boiadas em São João do Caiuá, Terra Rica e Nova Esperança. “Uma das maiores vitórias do peão é sair andando após uma montada em um touro. Depois que abre a porteira não sabemos o que pode acontecer, são 69 quilos contra uma tonelada do touro”.
Demais competidores de Paranavaí:
Émerson Cardoso, Ruan Fernandes (é surdo, mas ele tem a noção de quando chegam os oito segundos), Agnaldo Miranda, Douglas Rodrigues e Ronaldo Filho.
Frases de Wesley Pires Orlando, o Nego
“Único vício que tenho é montar em touros. O gostoso é chegar e ser abordado pelos amantes do rodeio”.
“Já quebrei o pé, rompi o ligamento do joelho, quebrei o maxilar, quebrei costelas e tive afastado um rim com um pisão, mas não considero nada grave dentro desse esporte”.
“Os salva-vidas nos ajuda muito, nos dá mais tranquilidade. Ele fala: pode ir que estou aqui, ou é eu ou ele”.
“Se o peão falar que não tem medo é mentira. Todos devemos respeitar o animal, e ele tem que ter um pouco de medo. Não somos nenhum super-herói e o animal é bruto”.