Igreja Católica estimula participação popular na aplicação de políticas públicas

“Políticas públicas são ações que surgem na sociedade em vista da justiça e da ética em favor das pessoas menos favorecidas. São atitudes e atividades que buscam propiciar igualdade”. As palavras foram proferidas pelo bispo diocesano de Paranavaí, dom Mario Spaki, durante o lançamento da Campanha da Fraternidade 2019.
Neste ano, a ação da Igreja Católica tem como tema “Fraternidade e políticas públicas” e o lema é “Serás libertado pelo direito e pela justiça”. De acordo com dom Mario Spaki, trata-se de um convite para que os cidadãos se tornem participativos, que se envolvam e conheçam as ações desenvolvidas em todas as instâncias de governo.
Com um exemplar do Diário do Noroeste nas mãos, o líder religioso citou a matéria que ilustrou a capa da edição de ontem (Descarte de lixo em terreno da Vila Operária será tema de audiência pública). Ele ressaltou a importância da presença dos moradores no evento, afirmando que “se deixarmos somente os poderes constituídos participarem, as decisões serão unilaterais”.
Assessor da Campanha da Fraternidade na Diocese de Paranavaí, o padre Benedito Bernardino da Silva salientou a relevância das reflexões propostas pela Igreja Católica. “É direito nosso conhecer os mecanismos de participação, para garantirmos que as políticas públicas sejam concretizadas e alcancem toda a população.”
Integrante da equipe que coordena as ações da Campanha da Fraternidade, Divani Ribeiro da Silva argumentou que as ações do poder público devem proteger os direitos dos mais vulneráveis. “Pessoas com maiores necessidades de receber atendimento, muitas vezes são excluídas.” Por isso, continuou, o direito deve estar baseado na justiça.
PARTICIPAÇÃO – O padre Benedito Bernardino da Silva apontou mecanismos disponíveis para a participação popular nas decisões tomadas pelos governantes: conselhos comunitários, conselhos municipais, associações de bairros, entidades sindicais. São organizações que representam a população e precisam se fortalecer.
Na avaliação de dom Mario Spaki, a sociedade civil está cada vez mais ocupando espaços. E isso é positivo. “A participação popular e a vigilância constante fazem com que os recursos públicos sejam aplicados corretamente. Assim, todos ganham.” A busca, disse o bispo diocesano, deve ser sempre pela promoção do bem comum.
NA PRÁTICA – Segundo o líder religioso, a Igreja Católica atua diretamente nas comunidades, dando suporte aos fiéis e àqueles que enfrentam condições de vulnerabilidade. É junto a essa base que as ações da Campanha da Fraternidade serão desenvolvidas, no sentido de despertar o interesse pela política.
Dom Mario Spaki afirmou que a Igreja Católica é apartidária e não defende figuras políticas. Age, no entanto, em defesa dos interesses da população, sendo uma das frentes de trabalho o posicionamento contrário à liberação do porte de armas. Na opinião dele, isso não resolverá os problemas de segurança pública no país.
Em Paranavaí, uma das ações práticas será realizar um levantamento de informações dentro das comunidades, com o objetivo de conhecer a realidade de cada bairro e descobrir como estão sendo aplicadas as políticas públicas. A partir daí, detectar as deficiências e cobrar melhorias.