Presidente diz que agronegócio deve crescer nas próximas décadas
O presidente do Sindicato Rural de Paranavaí e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ivo Pierin Júnior, disse nesta quinta-feira (10) que “a expectativa de crescimento da produção agropecuária brasileira é grande” para este ano “e para as próximas décadas”. Isto porque a demanda mundial por alimentos continua crescendo o que garante mercado e preço para a produção nacional. “Nosso desafio é aumentar a produção para suprir a fome mundial”, afirmou ele.
Pierin Júnior espera que os governos Federal e Estadual, recém instalados, tomem as medidas necessárias para alavancar o setor. Na opinião dele, “se o governo não atrapalhar” já está ajudando, mas pode contribuir para fomentar o setor. “O Governo pode ajudar na redução de custos para que o produtor não perca sua capacidade de investimento. Quanto custa hoje, por exemplo, colocar a produção rural no porto. Para se ter uma ideia, a burocracia e a falta de concorrência já chegaram a fazer com que o custo de uma viagem de navio entre os portos de Paranaguá e Santos fosse maior que de Paranaguá à Europa ou aos Estados Unidos”, recorda.
Ele aponta ainda que, além dos portos, é preciso promover um amplo programa de recuperação de rodovias, incluindo pavimentação de algumas delas, que, apesar de importantes para o escoamento da produção agrícola, ainda não contam com o benefício. “O Governo precisa investir e melhorar a infraestrutura de transporte da produção do campo”, frisa.
O presidente do Sindicato defende ainda a desburocratização do país e aplaude a intenção já manifestada do Governo Federal em revogar normas, portarias e regulamentos que hoje mais atrapalham do que ajudam. “Às vezes a proposta até tem boas intenções, é para controlar determinada situação. Mas logo começam a aparecer problemas. Além do que a burocracia acaba se tornando numa fonte de corrupção. Sem contar que quanto mais a presença do Estado, mais chance de greves, operações tartaruga etc”, avalia.
CRÉDITO AGRÍCOLA –Outro setor que Pierin entende que o Governo pode contribuir para alavancar a produção no campo é na área de crédito. Aponta que o governo poderia criar um seguro agrícola para dar a opção ao produtor de fazer investimento com recursos próprios. O Proagro (Programa de Garantia de Atividade Agropecuária) desobriga o produtor da quitação de crédito rural de custeio em caso de frustração de safra provocada por fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam rebanhos e plantações. Mas ele garante o recurso do banco como agente financeiro. O Proagro não atende quem usa recursos próprios.
De acordo com Ivo Pierin Júnior, os recursos que o Governo vem aportando tem atendido as necessidades do setor, mas diz que este volume “pode e deve aumentar”. Ele defende investimentos para reduzir custos e aumentar a produtividade, o que se faz com mais tecnologia, adubação, práticas conservacionistas etc. “Isto precisa ser financiado”, aponta.
DUPLICAÇÃO – Além da defesa de demandas nacionais, o presidente do Sindicato Rural de Paranavaí aponta necessidades regionais, que devem ser encampadas pelo Governo Estadual. Entre elas, a duplicação da BR-376, entre Paranavaí e o Porto São José e, posteriormente, até Taquarussu, no Mato Grosso do Sul. Embora seja uma rodovia federal as lideranças que trabalham pela chamada Rodovia do Agronegócio entendem que o assunto deve ser “puxado” pelo Governo do Estado.
Pierin diz que tão importante como viabilizar esta importante artéria viária é o desenvolvimento de programas para melhorar, inclusive com pavimentação, rodovias municipais, como é feito na região de Toledo, no Oeste do Estado. Lá as estradas municipais estão recebendo a pavimentação numa ação que tem a participação de deputados federais e estaduais, que apresentam emendas ao Orçamento da União e do Estado destinando recursos financeiros para a obra, prefeituras municipais e produtores rurais.
Ele também defende para a região a continuidade do programa de instalação do Parque Tecnológico do Agroinovação (Agro + I) em Paranavaí. Este parque, inicialmente, vai atuar nas áreas de mandioca e de citricultura, depois na pecuária de corte, avançando paulatinamente para outras atividades.
Outra área que Pierin defende atenção do Governo do Estado são os programas de reforma de pastagens. “Tem que garantir o acesso dos pecuaristas a estes programas. Na verdade, estes programas não têm sido muito atrativos”, observa ele.
INVESTIMENTO COM RETORNO – O vice-presidente da FAEP lembra que cada centavo investido pelo governo no agronegócio tem retorno garantido. “Com investimento na agropecuária, todos lucram”, diz ele, explicando que o agropecuarista aumenta a produtividade e sua renda e, num efeito dominó, movimenta a economia, beneficiando toda a sociedade, com a geração de empregos, por exemplo. Com a economia aquecida, o governo recolhe mais impostos e tem recursos para investir em outras áreas, como saúde, educação e segurança.
Pierin avalia que os governos estadual e federal têm consciência dessa realidade, mas diz que o setor deve cobrar. “O governo é demandado 25 horas por dia. Quem leva suas demandas é atendido. Então temos que mostrar nossas necessidades e mostrar ao governo que investir na agropecuária é um excelente negócio, pois todos ganham, é uma ferramenta para o desenvolvimento do Estado. É só olhar o desempenho do setor na balança comercial e no PIB para verificar que os investimentos na produção agropecuária estão dando excelentes resultados ao país”. Finaliza.