Maioria dos municípios apresenta risco elevado de epidemia de dengue

Dos 28 municípios atendidos pela 14ª Regional de Saúde, 26 apresentaram índices elevados de infestação por Aedes aegypti. De acordo com o Ministério da Saúde, quando o assunto é o mosquito transmissor da dengue, o limite de tolerância é 1%. No entanto, na maior parte do Noroeste do Paraná, os percentuais estão acima.
O caso mais emblemático é o de Amaporã: 14,4%. Significa que, em média, a cada 100 imóveis vistoriados, mais de 14 tinham focos de larvas do Aedes aegypti. Em Loanda, o índice de infestação registrado em novembro foi de 9,5%. Em Santa Isabel do Ivaí, 9,3%.
Apesar de apresentarem percentuais menores, outros municípios também enfrentam situação de alto risco de epidemia de dengue. Em Santo Antônio do Caiuá foram encontrados criadouros do mosquito em 6,8% das residências. Em Querência do Norte, o índice é de 6,1%. Em Itaúna do Sul, 6%.
Planaltina do Paraná registrou focos do Aedes aegypti em 5,6% dos imóveis. Em Diamante do Norte, a média de residências com criadouros do mosquito foi de 5,3%. Em Nova Londrina, a cada 100 vistorias feitas por agentes de controle de endemias, cinco continham larvas do transmissor da dengue.
A situação segue preocupante nos demais municípios: Alto Paraná (4,2%), São Carlos do Ivaí (3,9%), Paraíso do Norte (3,7%), Paranavaí (3,6%), São Pedro do Paraná (3,4%), Terra Rica (3,3%), Tamboara (3,1%), Marilena (2,9%), São João do Caiuá (2,5%), e Santa Mônica (2%).
Os casos mais próximos do limite de tolerância foram identificados em Paranapoema e Santa Cruz de Monte Castelo (1,8% cada), Nova Aliança do Ivaí (1,7%), Jardim Olinda (1,5%) e Guairaçá, Mirador e Planaltina do Paraná (1,3% cada).
De acordo com a atualização da 14ª Regional de Saúde, o único município que concluiu o levantamento do índice de infestação por Aedes aegypti e ficou abaixo de 1% foi Inajá, onde não foram encontrados focos do mosquito. Até a tarde de quinta-feira, Cruzeiro do Sul ainda não havia encaminhado os números.
RISCOS – Dados preliminares apontam que os municípios do Noroeste do Paraná contabilizaram 74 casos positivos de dengue ao longo de 2018. Apesar de estar abaixo do que foi registrado em anos anteriores, a situação pode se complicar, por causa da circulação do vírus que causa a doença.
Fatores climáticos também deixam a região vulnerável. As altas temperaturas antes mesmo da chegada do verão e as constantes chuvas garantem condições ideais para acelerar o processo de reprodução do Aedes aegypti.
Uma das principais medidas para evitar que os municípios do Noroeste do Paraná enfrentem epidemia de dengue é a prática diária de combate ao mosquito. É dever de toda a população garantir a limpeza dos quintais dos imóveis. É obrigação dos empresários limpar os fundos dos estabelecimentos.
Todo e qualquer objeto que possa acumular água tem potencial para se tornar criadouro de larvas do Aedes aegypti. Por isso, é necessário fazer vistorias frequentes e eliminar os riscos. O descarte irregular de lixo em terrenos baldios, fundos de vale e marginais de vias públicas também deve ser interrompido.
Ao mesmo tempo, cabe ao poder público investir em ações de conscientização dos moradores, além de intensificar a fiscalização e a punição àqueles que não tomarem os devidos cuidados para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Vale ressaltar que o inseto também é transmissor de chikungunya, zika e febre amarela.