Solidariedade entre vizinhos é arma importante para a prevenção
A organização entre vizinhos, fazendo circular informações e adotando medidas de segurança que dificultem a ação de ladrões. Esta é uma das armas mais importantes para prevenir a criminalidade no campo, tema debatido ontem na reunião entre proprietários e Polícia Militar, realizada na sede do Sindicato Rural de Paranavaí.
O capitão da Polícia Militar, Ricardo César Gral, reiterou o papel da comunidade, oferecendo subsídios para a PM. Ele cita que sempre que houver uma situação suspeita, o morador deve relatar para que os policiais façam verificações.
Uma das ferramentas importantes é a formação de grupos de WhatsApp, inclusive com a participação de policiais. Outro item importante é a instalação de alarmes, câmeras e outros dispositivos, sempre que possível. É o conceito de polícia comunitária, cujos objetivos são identificar o problema e encaminhar soluções, resume.
NÚMEROS – Comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar com sede em Paraíso do Norte, Gral cita percentuais e outros números da criminalidade no campo, levando em conta sua área de atuação (11 municípios).
Informa que entre 2015 e 2016 houve aumento de 25% no total de furtos. O índice recuou 25% em 2017 e, conforme dados de janeiro a outubro, houve nova redução em 2018. O furto é quando o ladrão leva algo da propriedade sem a presença das vítimas (considerado, portanto, de menor potencial ofensivo).
Já na modalidade mais preocupante, o roubo (crime mediante violência, ameaça ou uso de arma), houve aumento importante de 2015 para 2016, quando saltou de nove para 15. O maior salto, porém, aconteceu em 2017, fechando aquele ano em 27 ocorrências.
O oficial antecipa que 2018 vem acontecendo importante redução, totalizando apenas 9 situações de roubo no campo até outubro. Mas, adverte que não é aceitável e que o cenário preocupa as forças de segurança.
Representando também o 8º Batalhão com sede em Paranavaí, o oficial aponta algumas limitações, o que inclui o tamanho do efetivo disponível para patrulhar uma vasta área urbana e rural. Mais uma vez é indispensável ajuda da população, resume.
RELATOS – No evento o policial tirou dúvidas das pessoas em relação a episódios recentes. Uma proprietária rural falou sobre o furto de equipamentos de ordenha da sua propriedade na semana passada. Ladrões agiram durante a madrugada deixando um prejuízo de R$ 15 mil.
Chama a atenção o fato de ser equipamento pesado e de uso específico. Por isso, a expectativa de que as investigações possam desvendar autoria e identificar eventuais receptadores.
Outras experiências falam do furto de tratores e equipamentos, além de animais, especialmente gado. Há relatos de furto de até 40 cabeças de gado em uma única ação ou furto de 500 quilos de laranja em plena luz do dia.
Presidente do Sindicato Rural, Ivo Pierin Júnior detalha que a reunião foi organizada por conta do volume de reclamações. Opina que o caminho é continuar o debate e organizar os produtores para que busquem as soluções na comunidade.
Ele adverte que alguns crimes deixam grandes prejuízos, podendo até inviabilizar uma propriedade rural. É o caso do furto de trator ou de defensivos agrícolas.