Teve paranavaiense trabalhando durante o jogo da seleção brasileira
O país praticamente parou na manhã de ontem durante o jogo entre Brasil e México, jogo que valeu vaga para a próxima fase (quartas de final) da Copa do Mundo, realizada na Rússia.
Porém, vários paranavaienses trabalharam normalmente durante a transmissão do jogo pela televisão. A reportagem do Diário do Noroeste (DN) esteve em alguns estabelecimentos e o que se percebia era que um olho estava na tela, o outro no atendimento.
Vale lembrar que a maioria das lojas fecharam as portas às 10h e voltaram a abrir por volta das 14h. Esse horário valeu para quase tudo – comércio, agências bancárias, escolas, serviços públicos.
Mas teve quem precisou trabalhar no período do jogo da seleção, para atender quem estava nem aí para o futebol, a paixão nacional.
No centro de Paranavaí, o televisor estava rodeado por oito pessoas na Farmácia Preço Baixo. A equipe de funcionários atendia normalmente durante o jogo. Entre um atendimento e outro os funcionários revezavam nos palpites sobre o esquema tático. Não faltou elogio para o craque Neymar que caiu menos durante a partida.
O proprietário da farmácia, Marcos Luiz Magalhães, estava confiante com o futebol apresentado pela seleção. Ele assistia à partida junto com a sua equipe de colaboradores. “O começo do jogo foi sofrido porque o time do México dominava as ações. Agora nosso time ganhou mais efetividade e o Brasil está dominando o jogo”, comentou o empresário.
O jogo já tinha passado da metade do primeiro tempo quando o frentista Vanderlei da Silva dividia a atenção entre a tela da televisão e a pista de atendimento no posto de combustível São Pedro. O trabalhador explicou que o jogo estava difícil.
“Não dá para parar nosso serviço. Já trabalhei durante dois jogos nessa Copa. Estou confiante na nossa seleção. Somos brasileiros e não podemos desistir nunca. Acho que venceremos por 2×1 e classificaremos”, previu o frentista.
Faltavam 15 minutos para começar o jogo e as amigas Maria José de Oliveira Damião e Taísa Cristina da Silva estavam tranquilas vendo as promoções no Guguy Supermercados. As duas saíram de casa pela manhã e foram ao centro da cidade. Na volta para casa aproveitaram para comprar mantimentos.
“Até poderíamos vir depois, mas já estávamos aqui perto e resolvemos passar no mercado. Eu particularmente peguei um trauma de assistir jogo da seleção. Na partida que fomos goleados na Copa passada eu passei mal por causa de uma alergia. No hospital as pessoas brincavam que a alergia era dos 7×1”, lembra Maria José, sobre a goleada imposta pela Alemanha na seleção brasileira.
Taísa comentou que gosta de assistir aos jogos da seleção. A intenção era chegar em casa e acompanhar o final da partida. “Acredito que quando chegar vai estar acabando o primeiro tempo. Pelo futebol apresentado acho que iremos passar de fase. Só torço para o Neymar parar de cair. Se ele começar a jogar teremos mais chances de sermos campeões”, afirmou Taísa, que segurava seu filho Ryan no colo.
Comerciante, Ana Paula Lelis gosta de futebol e foi até o mercado justamente na hora do jogo para comprar leite. Enquanto conversava com a equipe do DN o carrinho foi abastecido também com materiais de limpeza e produtos automotivos. “Vou terminar a compra rapidinho e irei para casa assistir à partida. Acredito que hoje o Brasil vai ganhar de 1×0. A seleção tem potencial para ser campeã dessa Copa. Só não pode entrar de salto alto. Temos que jogar em pé e cair menos”, comentou, ao lado de sua filha Ana Carolina.
Já passava do meio-dia e a imagem de uma mulher sentada e teclando no celular na área central chamou a atenção da reportagem. A estudante Joana Carla Francisca Pardinho esperava a hora passar para poder iniciar seu estágio em uma escola.
Sentada em frente a uma loja ela explicou que saiu da aula na faculdade e com medo de não conseguir chegar ao estágio preferiu esperar no centro.
“Eu gosto de futebol e assisti a todos os jogos da seleção nessa Copa. Eu tinha lugares para assistir a partida, mas optei por não assistir. De qualquer forma, acredito que temos potencial para sermos campeões. Hoje iremos ganhar de 3×1”, previu a estudante de Educação Física.
COMO É FICAR SEM ASSISTIR AO JOGO – Ao fazer esta matéria a intenção era sentir na pele o que acontece com as pessoas que efetivamente não conseguem parar o trabalho e acabam sem saber o que acontece durante a partida.
O pouco contato que tive com a partida foram os momentos em que parei para entrevistar quem estava assistindo ao jogo. Mesmo assim, não fiquei observando. Especificamente nesse momento escrevo a matéria e são 12h36. Realmente não sei como está sendo a partida porque não liguei a TV, não acessei nenhuma página de internet e nem verifiquei grupos nas Redes Sociais.
A princípio acredito que o Brasil esteja ganhando porque por volta do meio-dia houve gritos e ouvi estouros de fogos de artifício. Apesar de parecer estranho, é diferente saber que é possível sofrer menos sem assistir à partida.
Agora são 12h44 e voltarei para a rua para registrar a vitória ou a derrota da seleção. Daqui a pouco relatarei como foi o desfecho dessa pauta. Em tempo, acabo de ouvir mais gritos seguidos de rojões, parece que o Brasil chegou ao segundo gol.
De volta à rua, parei no comércio chamado “Nosso canto dia e noite” localizado em frente a Prefeitura. No local um grupo de amigos assistia ao jogo e aguardava o apito final para comemorar a vitória da seleção.
De fato o Brasil venceu por 2×0. Quanto a mim, posso dizer que sofri menos que nos outros jogos da nossa seleção que de fato assisti nessa Copa. O único problema é que prefiro sofrer vendo o time, por isso a próxima partida irei sofrer de forma convencional.
Como a maioria dos brasileiros, sentarei na frente da televisão e quem sabe verei o Brasil fazer história rumo ao Hexacampeonato. (Por Robson Fracaroli)