Prass se emociona com atuação e grito da torcida: “Não há dinheiro que pague”
O goleiro Fernando Prass teve uma atuação inesquecível na vitória por 3 a 1 sobre o Junior Barranquilla-COL, quarta-feira (16), no Allianz Parque, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores.
Além de fazer defesas importantes, sendo uma em um pênalti cobrado pela equipe rival, o arqueiro também participou diretamente do segundo gol alviverde, marcado por Borja. Com poucas chances entre os titulares em 2018, o camisa 1 celebrou a ótima apresentação diante dos colombianos.
“O jogador é profissional, remunerado para jogar, mas a gente não está aqui só por dinheiro, está por estes momentos. Quando eu não joguei, uma das coisas que passava pela minha cabeça era se viveria de novo este momento de ter uma grande partida, o nome gritado. Isto para mim é sensacional, não há dinheiro que paguei isso. Aconteceu até antes do que eu esperava e para mim isto é um motivo de realização e felicidade”, declarou o jogador, que vê a sua confiança renovada após o jogo desta quarta.
“A gente que está fora espera uma oportunidade porque muitas vezes as pessoas fazem um julgamento sem conhecimento. Alguns de vocês que estão no dia a dia podem ter uma opinião, mas muitos não veem o meu dia a dia, os meus dados físicos no CT e falam: ‘ah, o Prass está com 40 anos, velho e não aguenta mais’. Mas é no jogo que você mostra mesmo, ainda mais para quem não vem jogando, um jogo como o de hoje é fundamental para mostrar um pouco do trabalho no dia a dia. Para mim, que não estou jogando muito este ano, uma atuação boa resgata a confiança porque, por mais experiente que você seja, o nível de confiança cai um pouco”, disse.
Prass também comentou sobre a sua intensa comemoração após defender a penalidade máxima do Junior Barranquilla-COL. “Vou confidenciar o que passou na cabeça no primeiro tempo. Este time era praticamente o mesmo que jogou contra o Alianza Lima e teve uma atuação espetacular. Vendo no primeiro tempo eu pensei: ‘Não é possível, na minha vez’. Quando peguei o pênalti, eu agradeci porque você começa a achar que a culpa é sua. Foi mais agradecer, e também quando o juiz apitou o fim do jogo deu para descarregar o estresse mesmo”, revelou o palmeirense.
Apesar de figurar entre os reservas nesta temporada, Prass negou que tenha cogitado a aposentadoria do futebol. “Vivi do 8 ao 80 aqui, do céu ao inferno e acho que pela história e identificação que eu tenho que não é por estar na reserva há quatro meses que pensarei em sair ou me aposentar. Falam muito do Federer (tenista), que a idade é apenas um número. E realmente é. Não cheguei aos 40 jogando por ter genética privilegiada. Eu me preparo, abri mão de muita coisa para chegar neste nível. Nunca passou pela minha cabeça sair ou não por este momento”, finalizou.